A prefeitura de Porto Alegre tem dito que já houve 53 reuniões entre o governo e o Simpa. Na verdade, de 2017 a 2018, foram, apenas, 13 reuniões, a grande maioria solicitada pelo Sindicato. Destas, seis ocorreram em 2017 com o prefeito Marchezan (uma delas em outubro, durante a greve). As demais, foram com o secretário José Alfredo Parode e outras com o secretário Leonardo Busatto e com a PGM.
Neste ano, houve apenas duas: uma em 27 de abril, quando a pauta de reivindicações da categoria foi entregue ao secretário de Planejamento, Paulo de Tarso Pinheiro Machado; outra, no dia 2 de julho, quando diretores do Simpa foram até Secretaria Municipal de Administração (SMA) e, depois de quatro horas de espera, finalmente foram recebidos pelo mesmo secretário. Na ocasião, foi agendada reunião para o dia 11 de julho, mas a mesma foi desmarcada pelo gabinete do prefeito, que desautorizou o secretário a realizar quaisquer agendas com o Sindicato.
Desde o início da data-base deste ano até hoje, o Simpa enviou 15 ofícios solicitando ao prefeito Nelson Marchezan Jr. reuniões para tratar das pautas dos trabalhadores do município, mas nenhum deles teve resposta.
Diante da falta de posição por parte da prefeitura e da intransigência de Marchezan, a direção do Simpa esteve na Câmara no dia 29 de agosto, quando se reuniu com líderes das bancadas presentes no plenário, solicitando que o legislativo auxilie a categoria na abertura de negociação com o prefeito Marchezan. Como resultado, foi construído um documento assinado pelo presidente da Câmara, vereador Valter Nagelstein, em nome dos vereadores, para que Marchezan abra diálogo com o Simpa. No dia 1º de agosto, o Simpa já havia solicitado a mediação da Câmara.
Recentemente, uma carta assinada por diversas personalidades da política, da cultura, da intelectualidade, da academia e dos movimentos sociais, faz um apelo à negociação. “Neste momento, em que há um processo de greve dos servidores municipais – estes, tão importantes para o funcionamento das escolas, das unidades de saúde, dos equipamentos culturais, das fiscalizações e dos atendimentos nas mais diversas áreas – chamamos ao Sr. Prefeito para a construção de uma saída”, diz o documento, intitulado “Porto Alegre pelo diálogo”.
Os municipários estão em greve desde o dia 31 de julho, medida tomada diante da falta de diálogo e de respostas por parte do governo com relação às reivindicações da categoria. Os trabalhadores estão sem reajuste desde o ano passado e acumulam, de 2017 até hoje, perdas na ordem de 6,85%. Além disso, lutam pelo reconhecimento das perdas históricas – que somam 8,85% –, o fim dos parcelamentos – retomados em julho – e a retirada dos projetos de lei que tramitam na Câmara e que acabam com direitos e prejudicam os serviços públicos.
Está claro, portanto, que a prefeitura falta com a verdade quando diz ter se reunido 53 vezes com o Sindicato. O Simpa lamenta a intransigência e falta de diálogo por parte de Marchezan e reitera seu compromisso com a cidade, com os serviços públicos e com os direitos da categoria municipária, fundamental para o funcionamento adequado da cidade, e reafirma estar aberto ao diálogo com o prefeito.
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