Foi divulgada, por meio de live na manhã desta sexta-feira, 14/08, a terceira parte dos resultados da pesquisa feita pelo Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no RS — do qual o Simpa faz parte — e pela Associação Mães & Pais Pela Democracia.
De acordo com o levantamento, atualmente 21% dos professores de Porto Alegre dizem necessitar do auxílio emergencial. Em relação às condições para realização das atividades de ensino, apenas 22% dos professores disseram ter computador e internet com banda larga e 85% afirmaram estar trabalhando muito mais do que antes.
Os dados foram coletados entre os dias 23 e 28 de julho através de um questionário online e a terceira etapa corresponde à opinião de mil professoras(es), diretoras(es), supervisoras(es) e orientadoras(es) educacionais da rede pública municipal, estadual e privada de Porto Alegre.
Cortina de fumaça
“Há uma cortina de fumaça para não enfrentar o que deveria ser enfrentado nesse momento, em que vemos o empobrecimento dos educadores e de toda a comunidade escolar”, declarou a socióloga Aline Kerber, responsável técnica da pesquisa e presidenta da Associação Mães & Pais. “Precisamos de Estado e políticas públicas e não transformar as escolas em laboratório para ver quem vive e quem morre”, completou. Para Aline, é preciso garantir vacina e preservação à vida antes de cogitar a volta às aulas.
A diretora do Simpa, Cindi Sandri, destacou que a pandemia levou ao “aumento no número de pessoas que precisam do Estado para sua renda, saúde e proteção” e que, por isso, o poder público, em todos os níveis, não pode se furtar de suas responsabilidades.
“Mas, aqui em Porto Alegre, as ações do governo não são sustentáveis porque não se firmam na realidade. Tem professores fazendo vaquinha para comprar alimentos para as famílias. Nós fazemos isso porque o governo municipal não responde a essa situação de forma a atender a necessidade da sociedade”, disse Cindi. A diretora declarou, por fim, que “hoje não há condições da rede municipal retomar as aulas”.
Para Daniel Momoli, do Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no RS, “não se pode transferir para a família a decisão de levar ou não seu filho para a escola, nem admitir a compra de vagas em escolas privadas. Temos que defender a educação como concepção de Estado”, disse.
Ao longo da semana será divulgada a apresentação dos dados de hoje e na próxima semana acontece a divulgação da quarta e última etapa da pesquisa.
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Veja abaixo gráficos relativos à pesquisa e o vídeo da live de divulgação:
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Tags: CoVID-19, Educação, ForaMarchezan, municipários, PortoAlegre, ServiçoPúblicoSalvaVidas, simpa, sindicato, Trabalhadores
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