SIMPA DENUNCIA SUPERLOTAÇÃO DO PESM/PACS E ALERTA PARA RISCOS A TRABALHADORES E PACIENTES

SIMPA DENUNCIA SUPERLOTAÇÃO DO PESMPACS E ALERTA PARA RISCOS A TRABALHADORES E PACIENTES

O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) recebeu uma série de relatos denunciando a superlotação crônica do Plantão de Emergência em Saúde Mental do Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul (PESM/PACS). Os trabalhadores do local advertem que a situação representa um risco tanto para os profissionais da saúde quanto para os pacientes.

A superlotação está associada à grande procura por atendimento (o PESM/PACS é o único equipamento 100% SUS de Porto Alegre que acolhe pessoas em surtos psicóticos, com riscos à própria vida e intoxicações por álcool e outras drogas) e à falta de profissionais. Atualmente, o serviço não dispõe de psicólogas (das quatro que atuavam no local, três se aposentaram e uma foi transferida) e o número de assistentes sociais foi reduzido de 10 para 4 profissionais. Com isso, a equipe de enfermagem acaba fazendo a escuta dos pacientes.

A redução do quadro de profissionais acaba impactando na superlotação, pois os pacientes acabam ficando mais tempo do que o necessário por falta de contato com familiares ou responsáveis. A demanda elevada de serviços gera um quadro de constante esgotamento dos funcionários. Os profissionais que atuam no local afirmam que o atendimento é de qualidade, apesar da precarização das condições de trabalho.

HISTÓRICO
A partir da municipalização da saúde, a Central de Psiquiatria do Estado, que funcionava na Avenida Alberto Bins, foi fechada. Em 1999 foi criado o PESM/PACS para dar continuidade ao atendimento em saúde mental, com o objetivo de disponibilizar consultas e assim evitar o número de internações hospitalares. Para isso foi criada a sala de observação, contando com 7 leitos masculinos e 7 leitos femininos (14 leitos no total) destinados aos casos mais graves, nos quais o tempo de permanência deveria ser de até 72 horas. Mas não é o que ocorre e a superlotação passou a ser a regra, com a sala de observação chegando a acomodar até 47 pacientes, muitos deles com alto risco.

MENORES
O atendimento aos pacientes menores de idade também está prejudicado em função da superlotação do PESM/PACS. Normalmente, os menores eram atendidos no local e, por meio da Central de Leitos, a Prefeitura viabilizava a disponibilização em serviços credenciados. Atualmente, o Município não está comprando vagas em leitos hospitalares, o que faz com que os pacientes menores de idade aguardem internação por períodos mais longos. Além disso, é comum que eles compartilhem espaços, como acesso ao banheiro e a corredores, que são de uso comum com adultos, implicando na vulnerabilidade dos mesmos.

ALERTA
Na quinta-feira (25/4) foi registrada uma tentativa de fuga de um paciente durante a passagem de plantão. Após quebrar a guarda da cama, o paciente arrombou uma porta da ala masculina e tentou sair por uma porta lateral, sendo impedido pela equipe de segurança. Foi encontrada uma barra de ferro sob o colchão, outra barra de ferro no depósito de equipamentos ao lado da sala de lanche dos funcionários e mais uma faca de serra.

Além de denunciarem a situação, os profissionais do PESM/PACS solicitam providências antes que algo mais grave possa acontecer.

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