O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) e o Cores Saúde foram procurados pelos colegas do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), que denunciaram a situação recorrente de superlotação naquela emergência e o número insuficiente de servidores para prestar atendimento aos pacientes.
Na tarde de quinta-feira (14/3), os diretores do Simpa João Ezequiel, Efraim Golbert e Rafael Perlasca, os representantes do Cores Saúde Marco Brignol e Israel Silva dos Santos e o vereador Roberto Robaina (PSOL) participaram de reunião com a direção-geral e de enfermagem do PACS e a Coordenação Municipal de Urgências (CMU) para alertar a gestão sobre a atual situação e cobrar encaminhamentos para soluções.
Os profissionais que atuam no PACS estão sobrecarregados com a recorrente superlotação da Emergência e a falta de servidores, o que atinge diretamente os pacientes, pois a qualidade do atendimento fica muito prejudicada. A atual situação está se tornando um círculo vicioso, onde os poucos servidores têm que dar conta de atender um grande número de pacientes que já passaram pela avaliação médica de urgência e estão em observação. Muitos desses pacientes são graves e necessitam de medicações, além daqueles que aguardam transferências para hospitais, somados aos que chegam através do SAMU e mais os que esperam, ainda, pela avaliação médica de urgência. A equipe de saúde relatou também que a situação acaba gerando indignação por parte dos pacientes.
Exaustos pela sobrecarga de trabalho, os servidores precisam lidar ainda com as inúmeras reclamações que recaem sobre a equipe.
EXAMES LABORATORIAIS
Outra questão apontada durante a reunião é a demora no resultado dos exames laboratoriais, situação que se agravou desde que o laboratório do PACS foi fechado. Os médicos plantonistas necessitam dos resultados para definirem se os pacientes permanecem em atendimento ou se podem ser liberados. Atualmente os exames feitos no PACS são enviados para análise no laboratório do HMIPV, que por sua vez também está funcionando muito acima de sua capacidade e com defasagem grave de servidores, principalmente nos plantões noturnos, em função de receber a demanda de exames de dengue de toda a rede de atenção básica de saúde.
No caso dos exames, a Coordenação Municipal da Urgência se comprometeu a verificar junto à Gerência de Laboratório da SMS alternativas para agilizar a realização dos mesmos e os seus respectivos resultados.
FALTAM FUNCIONÁRIOS
A falta de funcionários é um dos principais problemas do PACS e ocorre porque o Governo Municipal não convoca os aprovados nos concursos da saúde. Em função do atual cenário, a Emergência chega a ampliar absurdamente o atendimento, de 200% a 300% a mais que sua capacidade. Para suprir a falta de funcionários, a Direção-geral do PACS e CMU afirmam que foram solicitados ao menos 41 técnicos de enfermagem para dar conta da demanda do PACS. Porém, o que se constata é que ao longo dos últimos dois anos a SMS enviou apenas 19 profissionais. Ou seja: nem a metade do que foi solicitado.
O Simpa e as entidades seguirão acompanhando a situação e cobram agendamento de reunião com SMAP e SMS para tratar da convocação dos aprovados em concursos da saúde. Agendamento que já havia sido deliberado anteriormente pelos Secretários da SMAP e Saúde.
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