A chuva de ontem à noite (29/3) causou novos alagamentos no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), atingindo a UTI de Queimados (conforme os vídeos abaixo). Já no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV), mais uma luminária caiu, dessa vez segundos depois da retirada de uma criança do local (veja a foto). Os servidores destes dois hospitais municipais já perderam as contas de quantas vezes se depararam com situações semelhantes.
No HPS, os alagamentos são tão frequentes quanto as vezes em que o sistema de ar-condicionado deixa de funcionar, justamente no verão, em dias de calor intenso. No HMIPV, não é a primeira vez que uma luminária despenca do teto. Recentemente, uma funcionária ficou ferida, sem gravidade, felizmente. Porém, as denúncias sobre episódios semelhantes aos registrados no final da tarde da quarta-feira são recorrentes e, de certa forma, vêm se banalizando, não apenas nestes dois hospitais, mas em quase toda rede municipal de saúde de Porto Alegre.
Enquanto isso, o prefeito Sebastião Melo, que este ano anunciou superávit de R$ 516 milhões em 2022, segue alardeando novas obras e investimentos, que não resolvem os velhos problemas. “Vistoriamos as unidades/alas do @poahps com reformas concluídas ou que serão entregues em breve à população”, comemorou Melo, há cerca de uma semana (21/3) da nova enxurrada nas dependências do HPS.
PROBLEMAS RECORRENTES
No dia 14 de fevereiro, uma terça-feira, a falta de manutenção e de cuidados com a estrutura do prédio do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre já havia gerado problemas para pacientes e trabalhadores. De acordo com Marília dos Santos Iglesias, diretora do Simpa e presidenta da Associação dos Servidores do HPS (ASHPS), o problema iniciou no começo da noite, por volta das 19h15min, quando os pacientes que aguardavam na recepção do HPS foram surpreendidos pela grande quantidade de água que escoava pelo teto, inundando o piso e os bancos da sala de espera, utilizado principalmente por familiares de pacientes.
Em entrevista à imprensa, a diretora do Simpa relatou que o ambiente no local era de “pais com filhos acidentados, correndo com crianças no colo, pessoas doentes que mal conseguiram se locomover, com pé torcido ou quebrado, tendo que sair correndo porque o saguão está caindo na cabeça. A recepção está alagada”, descreveu, indignada, Marília Iglesias, que alertou para as infiltrações em diversos pontos. O local foi isolado e o clima de apreensão tomou conta de quem estava na recepção.
ANTES, ERA A CALHA E A FORTE CHUVA. E AGORA, QUAL SERÁ A DESCULPA?
Naquela ocasião, o Simpa contestou a informação da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que atribuiu o problema à movimentação de uma das telhas do HPS. Da mesma forma, também questionou a declaração do diretor-geral do HPS, Ronei Veit Anzolch, sobre os episódios de alagamentos registrados naquele dia, que, segundo ele, se deram em função da grande quantidade de chuva que caiu sobre Porto Alegre.
NO PRESIDENTE VARGAS É A SEGUNDA VEZ EM MENOS DE DOIS MESES QUE LUMINÁRIA CAI DO TETO
O Simpa e a Associação dos Servidores do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (ASSERPV) vêm alertando a diretoria do Hospital sobre os riscos que o prédio oferece a pacientes e trabalhadores. No final de dezembro e no dia 16 de março deste ano, o Simpa esteve reunido com a diretoria e entregou ofício, citando os riscos do prédio, o que ficou ainda mais evidente após uma servidora ter ficado ferida, depois de ser atingida por uma luminária que caiu do teto, no Centro de Materiais e Esterilização (CME) do HMIPV.
COBRANÇA PÚBLICA
O Simpa segue cobrando publicamente providências urgentes dos gestores para sanar os problemas tanto no HPS quanto no HMIPV relacionados à estrutura do prédio, dando segurança para que servidoras e servidores sigam prestando um atendimento de qualidade à população.
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