O desmonte das políticas públicas também é violência contra as mulheres

Realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa, na manhã deste 8M (08/3), a audiência conjunta das comissões permanentes de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH), Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado (CSSPME) e Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia (ECDCT), reuniu centenas de lideranças de movimentos, sindicalistas e parlamentares para debater e denunciar o impacto perverso na vida das mulheres ocasionado pela política neoliberal, as privatizações e os retrocessos nos serviços públicos.

 

A direção do Simpa acompanhou a audiência, representando a luta das mulheres da categoria municipária pela valorização e qualificação dos serviços públicos. “Somos maioria em diversos setores da Prefeitura e o desmonte das políticas públicas nos prejudica duplamente, como trabalhadoras e usuárias dos serviços”, destacou a diretora do Simpa, Bete Charão.

 

ÁGUA PRIVATIZADA
A privatização da água, colocada em curso pelos governos Leite e Melo, foi denunciada como uma medida que vulnerabiliza ainda mais as mulheres, em especial as de periferia, locais mais atingidos pela falta de água e saneamento e também mais negligenciados em investimentos por parte das empresas privadas.

 

AUTONOMIA, TRABALHO E GERAÇÃO DE RENDA
Diversas políticas públicas, sistematicamente sucateadas, foram elencadas como fundamentais para que as mulheres possam ter autonomia sobre suas vidas e manter suas famílias, como acesso à educação, saúde e segurança alimentar.

 

VEJA AS CONTRIBUIÇÕES TRAZIDAS NA AUDIÊNCIA:
>> Empoderamento para a mulher periférica é poder falar, é ter água para beber, é ter um prato de comida para si para os filhos.
>> Quem sai para batalhar a comida é a mulher.
>> Quando o Estado se ausentou das suas responsabilidades durante a pandemia foram as mulheres que estiveram na linha de frente.
>> Não existe projeto de geração de renda sem discutir o que atinge as mulheres periféricas. Como estar inserida no mercado de trabalho se o perfil da mulher de periferia não é aceito no mercado de trabalho?
>> A maioria dos deputados homens não ocupa os espaços de discussão para fortalecer a formulação de políticas públicas para as mulheres.
>> Acessibilidade para pessoas/mulheres com deficiência auditiva nos espaços de discussão e serviços públicos.
>> Acesso nas ruas/prédios (órgãos públicos) para mulheres com dificuldades de mobilidade e/ou cadeirantes, cegas ou com baixa visão.
>> Acolhimento e rede de apoio para mães/avós de crianças/pessoas com deficiência, e tirá-las da invisibilidade social.
>> Visibilidade e condições para que a mulher indígena esteja na pauta das lutas das mulheres.

 

POLÍTICA PÚBLICA E REDE DE PROTEÇÃO PARA A MULHER
Junto com a unanimidade de que o 8 de março deve ser cada vez mais uma data de luta e conquistas, as diversas necessidades de serviços públicos apontadas na audiência reforçam a pauta de reivindicações que será encaminhada ao governador Eduardo Leite, na agenda do chefe do Executivo com representantes do movimento de mulheres.
A luta é para que, além da recriação da Secretaria Especial de Mulheres, sejam destinados investimentos nas políticas sociais e de segurança, para que tenham recursos garantidos para o seu funcionamento. A rede de proteção no RS está completamente desmantelada, ao ponto do Departamento de Assistência às Mulheres estar instalando no estacionamento do centro administrativo.

 

O desmonte das políticas públicas também é violência contra as mulheres

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