NOTA-TÉCNICA DO SIMPA CORES/DMAE SOBRE OS ALAGAMENTOS

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A declaração do diretor adjunto do DMAE ao portal GZH (26/09/2024) sobre a insuficiência do sistema de drenagem para chuvas “maiores como essa” revela uma compreensão superficial dos fenômenos hidrológicos. O Tempo de Retorno (TR), que se refere ao intervalo entre eventos de precipitação de determinada magnitude, é fundamental para o planejamento da drenagem urbana. Os sistemas de drenagem são projetados para suportar chuvas com TR específico, como eventos de 10, 25 ou 50 anos. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a precipitação acumulada de 45,2 mm entre terça (24/09) e quarta-feira (25/09), embora significativa, não indica um evento excepcional para setembro, cuja média histórica é de 147,8 mm.

Portanto, ao afirmar que o sistema é insuficiente, o diretor ignora que a infraestrutura existente possui um dimensionamento adequado, baseado em análises hidrológicas precisas. Se a chuva está dentro do que o sistema deveria suportar, o problema reside na falta de manutenção e na obstrução de canais, e não no dimensionamento em si. Além disso, a distinção entre micro e macrodrenagem é essencial para uma compreensão mais aprofundada. Falhas frequentes em alagamentos localizados indicam problemas na conservação da microdrenagem, enquanto transbordamentos em cursos hídricos (canais, arroios e rios) apontam para deficiências na manutenção da macrodrenagem.

Assim, criticar o sistema apenas pela intensidade da chuva, sem considerar o TR e o planejamento da drenagem, é uma visão limitada e de blindagem política. A gestão pública deve ser transparente sobre os critérios de dimensionamento adotados, e a população precisa ser informada sobre o que esperar do sistema em diferentes cenários.

Dessa forma, a responsabilidade principal recai sobre o gestor público encarregado do planejamento e das ações para se evitar esses problemas, bem como da alocação de recursos para a conservação e manutenção da infraestrutura de drenagem. É essencial que o gestor não apenas reconheça as deficiências existentes, mas também promova um investimento contínuo e estratégico em melhorias e manutenções. Apenas assim será possível assegurar que a infraestrutura não apenas suporte eventos de precipitação normais, mas também esteja preparada para enfrentar situações extremas, protegendo a população e minimizando os impactos de alagamentos e de enchentes na cidade.

Por fim, cabe observar que para os mais vulneráveis, a distinção entre “alagamentos” e “enchentes” é irrelevante, pois ambos os fenômenos resultam em situações de risco, danos materiais e impactos na qualidade de vida, agravando as dificuldades que já enfrentam em suas condições de moradia e acesso a serviços essenciais. O que realmente importa é a necessidade de medidas eficazes de prevenção e resposta que protejam essas comunidades e a população como um todo de qualquer forma de inundação.

Infelizmente os gestores da atual direção do DMAE, que foram escolhidos pelo atual prefeito Melo, desqualificam o passado/presente e jogam o futuro apostando que a única solução é a privatização/parceirização/concessão quando na verdade a culpa é do despreparo técnico desses mesmos gestores.

Em uma linguagem bem clara, FALTA GESTÃO!

Leia a declaração do Diretor Adjunto do DMAE na ZH: https://www.printfriendly.com/p/g/i96gwM

 

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