Nota de repúdio à demolição da Ocupação Baronesa

O Sindicato do Municipários de Porto Alegre (Simpa) condena a ação higienista, anti-democrática e desumana da Prefeitura Municipal de Porto Alegre que mandou demolir o prédio que abrigava a Ocupação Baronesa, na manhã de 18 de julho. O prédio abandonado há 10 anos, vinha sendo objeto de luta por famílias em situação de rua que tinham um projeto de moradia para o local, porém, a Prefeitura informou que o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) havia solicitado a posse do prédio para um projeto habitacional e executou a demolição, alegando riscos de desabamento.

 

A Ocupação iniciou no dia 28 de março com um grupo de dez famílias. Parte do grupo que ocupava o prédio eram pessoas que haviam sido despejadas do único abrigo municipal da Prefeitura, ainda em funcionamento. Com o fechamento dos abrigos da cidade e o encerramento de importantes políticas de assistência social , o número de pessoas em situação de rua aumentou em Porto Alegre.

 

Segundo nota publicada pela Ocupação Baronesa, o prédio estava localizado no Areal da Baronesa, território ocupado pela população negra na segunda metade do século XIX, e, antes disso, terra Guarani. O prédio significava o resgate da identidade de um povo que está sempre sendo excluído, dizimado da sociedade e sofrendo sistematicamente o desrespeito do Estado sobre seu direito de morar, seu direito a terra, seu direito de pertencimento a um território.

 

O Simpa é solidário às famílias que seguirão em resistência na justa luta pela moradia. A Ocupação Baronesa se dava em um prédio público e abandonado que não exercia função social, como previsto na Constituição Federal. Hoje, mais de 4000 imóveis estão nesta situação, servindo aos interesses privados e especulação imobiliária, ao invés de beneficiar os cidadãos com a criação de uma política habitacional justa em nossa cidade.

 

 

 

 

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