Movimentos buscam reverter demissões de terceirizados da Multiclean

Ato denuncia demissões de terceirizados. Foto: Divulgação – via Sul21

Nos últimos dias, vários movimentos importantes têm sido feitos no sentido de reverter a demissão de 700 trabalhadoras e trabalhadores da terceirizada Multiclean, que atende as escolas da rede municipal de ensino de Porto Alegre com serviços de limpeza, conservação e cozinha.

 

Nesta quinta-feira, 20/08, reunião virtual da Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia Legislativa do RS tratou do assunto. O Simpa participou das discussões, representado pelas diretoras Márcia Loguercio e Roselia Siviero. “É um absurdo o que está acontecendo neste governo que não dialoga. Infelizmente, o Simpa não pode representá-las oficialmente, mas se solidariza à luta, atuando para dar visibilidade a toda essa discussão”, explicou Márcia. “Estamos ao lado delas para denunciar o absurdo dessa dispensa em plena pandemia e crise, momento em que todos enfrentam muitas dificuldades”, completou.

 

Além desta iniciativa, no dia 18 foi protocolado, junto à Procuradoria Regional do Ministério do Trabalho e no Ministério Público de Contas, um requerimento solicitando a mediação dos órgãos a fim de evitar os desligamentos. O pedido foi assinado pelas deputadas estaduais Sofia Cavedon (PT) e Luciana Genro (PSol) e pelos vereadores Alex Fraga e Karen Santos (PSol) e Carlos Comassetto (PT).

 

Nota de repúdio

 

No mesmo dia, os Conselhos Escolares da Rede Municipal de Porto Alegre emitiram nota de repúdio contra as demissões. “O prefeito, junto ao Secretário de Educação Adriano Naves de Brito e a empresa, colocam as escolas em situação de precariedade, visto que a empresa é quem presta serviços de limpeza, asseio e conservação das Escolas do Município, tanto nos setores de refeitório quanto no setor de limpeza. Principalmente nesse momento tão delicado em relação à pandemia, visto que as questões sanitárias são de suma importância. Essas trabalhadoras e trabalhadores possuem vínculos com as comunidades escolares e estão integradas com as rotinas escolares”, diz a nota.

 

Os conselhos apontam ainda que “essas demissões vêm ocorrendo desde o dia 14 de agosto, causando uma situação de tensão e vulnerabilidade a todas e todos que estão à frente da gestão dessas escolas e, principalmente, a essas trabalhadoras e trabalhadores, em sua maioria mulheres, chefes de família que já vinham de uma série de defasagem na folha de pagamento, seja em relação ao auxilio alimentação, seja ao salário em sua totalidade. Ainda após o acordo individual de trabalho assinado em 15 de junho de 2020 garantia a estabilidade provisória até setembro 2020”.

 

A nota conclui dizendo que os funcionários demitidos “são mulheres e homens que fazem a escola no seu dia a dia, que preparam as refeições e atendem nossos alunos, deixando a escola em condições adequadas para o funcionamento minimamente qualitativo. E para além de alimento, limpeza e higiene, elas/es são rede de apoio em diversas situações, acolhendo a comunidade escolar com carinho, atenção e profissionalismo. A prefeitura deve honrar com o emprego de nossas/os colegas e assegurar o que lhes é de direito!”.

 

A demissão foi tornada pública no último dia 15. Segundo a empresa contratante, Multiclean, os desligamentos se deram pela suspensão, por parte da Prefeitura, do pagamento das funcionárias que estavam afastadas das escolas desde março de 2020, por conta da pandemia.

 

Aproveitando a crise sanitária, Marchezan Jr. resolveu não repassar mais os recursos para a empresa responsável, justificando que as mesmas não estão trabalhando.

 

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Tags: Educação, Terceirizadas

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