Live aconteceu com transmissão cruzada no Facebook do Simpa
Na manhã desta sexta-feira (9/10), o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) transmitiu em suas redes a segunda etapa do ciclo de debates sobre a educação na pandemia de covid-19, organizado pelo Comitê Popular Estadual de Acompanhamento da Crise Educacional no RS. A convidada foi Macaé Evaristo, Mestra em Educação, Secretaria de Educação de Belo Horizonte (2009-2012), de Minas Gerais (2015-2018) e Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão- SECADI/MEC (2013-2014), que debateu sobre o direito à educação e as diferentes realidades de ensino no País.
Macaé salientou que, desde o início da pandemia, em março de 2020, existe uma dificuldade enorme por parte dos governos de implementar diálogo com diferentes setores para buscar alternativas e monitorar os impactos da pandemia. O próprio retorno das atividades presenciais, no dia 05 de outubro, se deu a partir de decisões tomadas unilateralmente com ações desarticuladas.
Para a debatedora, a real intenção da agenda de quem dirige o Brasil, atualmente, é aproveitar a pandemia para inserir o ensino híbrido nas escolas públicas, o que significa uma grande desconstrução do Plano Nacional de Educação (PNE). O modelo híbrido apresenta práticas que integram o ambiente virtual e presencial, mas descaracteriza muitos conceitos pedagógicos e de valorização dos educadores.
Segundo ela, pensar o direito a Educação na pandemia é não fugir das tensões que vivemos para garantir o direito a Educação no nosso país, ao longo do Século XX. “Nós voltamos, em 2020, a um debate do direito ao acesso da educação colocado lá no início do século”, afirma Macaé.
Antes da pandemia, já estávamos vivendo, desde 2016, retrocessos, de acordo com a debatedora. Foram várias ataques, como a PEC da redução de gastos, a precarização dos salários dos professores(as), militarização nas escolas e o fim da SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. “A defesa da vida deve passar pela luta contra este projeto de desconstrução da educação do Brasil”, afirma.
Para Macaé, a pandemia é uma vírgula na história da nossa educação e o que realmente está atrasando o PNE é o descompromisso dos governos. “Aprovamos o Fundeb com muita luta, mas agora estão querendo tirar parte do dinheiro para investir na renda cidadã. Ao invés de retirar direitos do ensino básico, poderiam taxar as grandes fortunas, por exemplo”, conclui a convidada.
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