Simpa participou de ato de repúdio aos 50 anos do golpe no Chile

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Uma araucária de pouco menos de meio metro de altura passou a fazer parte da Praça Salvador Allende, localizada no Centro Histórico de Porto Alegre. A árvore foi plantada durante o ato que marca os 50 anos do golpe no Chile e o assassinato do então presidente Salvador Allende, ocorrido no dia 11 de setembro de 1973. Depois disso, a população daquele país sofreu com a ditadura militar, tendo como presidente o general Augusto Pinochet. Assim como no Brasil (1964 a 1985), durante 17 anos (1973 a 1990), o Chile viveu tempos de terror, com milhares de presos, torturados, mortos e desaparecidos.

A praça, localizada no encontro da Avenida Loureiro da Silva com a Rua Avai, recebeu o nome de Salvador Allende, por meio de um projeto do então vereador Raul Carrion (PCdoB), sancionado pelo prefeito João Verle (PT) em 2004. A atividade contou com a presença de Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre e ex-deputado estadual, que em um gesto simbólico e coletivo, colocou a araucária na terra, com a ajuda de representantes das diversas entidades presentes.

Pont falou que há pouco tempo conheceu uma lenda, com os Kaingang de Canela. “Esta lenda tem um significado muito forte e aqui estamos nós plantando esta árvore, dispersando as sementes e como os Kaingang, simbolicamente, estamos multiplicando as florestas. Estaremos abrindo as grandes alamedas, que o companheiro Salvador Allende nos deixou nas suas últimas palavras, sobre a transformação social da América Latina”, declarou Raul Pont.

O ex-vereador e ex-deputado estadual, Raul Carrion (PCdoB), que estava exilado no Chile, quando ocorreu o assassinato de Allende, ressaltou que estão ocorrendo atos em todo o Brasil, para marcar os 50 anos do golpe. “O povo brasileiro agradece o acolhimento dos cinco mil brasileiros que estiveram exilados no Chile. Não apenas brasileiros, mas de uma colônia de latino-americanos exilados das inúmeras ditaduras que se multiplicavam, naquele momento, pela América Latina”.

O diretor do Simpa Jailson Bueno Prodes ressaltou a importância de apoiar o ato, relembrando a data de um golpe nefasto contra o povo chileno, assim como foi no Brasil, na Argentina e em diversos outros países da América do Sul. “É importante marcar posição para que estas atrocidades não mais se repitam em nenhuma sociedade”, ressaltou.

O presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, sinalizou sobre a grande dívida que temos com o povo chileno. “Fomos recebidos com muito carinho pelos chilenos. Mas nós temos uma segunda dívida, a atuação da Ditadura Militar brasileira, na figura do embaixador Câmara Canto, que trabalhou pelo golpe contra Salvador Allende. Recentemente, encontrei a subsecretária dos Direitos Humanos do Chile, em Buenos Aires, no 3º Fórum Mundial de Direitos Humanos. Ela declarou que ao ser torturada, ao seu lado, escutava brasileiros orientando o interrogatório e a tortura a que era submetida. Então, o Brasil carrega esta dívida e tem esta responsabilidade pelo que ocorreu no Chile”, argumentou Krischke.

A atividade, que teve apoio do Simpa, foi promovida pelas seguintes entidades: Loja Maçônica Salvador Allende de Porto Alegre, Templo Positivista de Porto Alegre, Associação de Ex-Presos Políticos do Rio Grande do Sul, Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Associação Cultural José Marti do Rio Grande do Sul e Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

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