Com o objetivo de organizar um ato unificado, amplo e massivo para o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, foi realizada reunião preparatória nesta terça-feira, 29/01, no Simpa, com a presença de mais de cem mulheres representantes de entidades sindicais e dos mais variados movimentos sociais. As mulheres municipárias estão sendo chamadas a participarem da próxima reunião – que acontece no dia 12/02, às 18h30, no Simpa – e, assim, contribuir para o fortalecimento da manifestação.
Neste ano, o 8M terá como um de seus eixos de luta a defesa da vida das mulheres e o combate ao machismo, à violência e ao feminicídio, que cresceu assustadoramente nos últimos dias e que pode piorar ainda mais diante da liberação da posse de armas, medida assinada por Jair Bolsonaro logo após sua posse.
Dados compilados pelo jornal O Globo – com base em levantamento realizado pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela USP – mostram que houve, somente neste ano – que acaba de completar 30 dias – 107 casos relacionados ao feminicídio. Destes, 68 foram consumados e 39 foram tentados. Os registros aconteceram em 94 cidades de 21 estados. Os dados reforçam a gravidade da situação, que já colocou o Brasil na lamentável quinta posição entre os países que mais têm esse tipo de crime.
Outros levantamentos mostram que a liberação da posse de armas tende a piorar ainda mais este quadro. Em 2017, das 2.796 mulheres mortas por armas de fogo, 25% foram assassinadas em casa, de acordo com levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, disponíveis no portal Datasus.
“A flexibilização da posse de arma de fogo potencializa o risco de todas essas mortes por razões banais. Muitas mulheres morrem por força de conflitos corriqueiros e domésticos. Discussões que hoje terminam num empurrão ou num tapa podem terminar num feminicídio se o agressor tem fácil acesso a uma arma”, disse à revista Exame a promotora de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) do Ministério Público de São Paulo, Silvia Chakian.
Outros dois eixos prioritários do 8M são as lutas contra a reforma da Previdência e pela revogação da reforma trabalhista, que atingem com ainda mais força os direitos das mulheres ao precarizarem as condições de trabalho e dificultarem o acesso à aposentadoria.
A diretora-geral do Simpa, Luciane Pereira, esteve presente na reunião representando o Sindicato, que estará presente, ao lado das municipárias, do 8M. “Durante a reunião, levantamos a importância das mulheres nos movimentos de rua de 2018, em especial no #EleNão. Este 8M reforça a necessidade de continuarmos e ampliarmos nossa luta, envolvendo cada vez mais mulheres e homens contra a situação da mulher em nossa sociedade e contra a política machista, racista, homofóbica e xenófoba que chegou ao poder central de nosso país e que já demonstrou, em poucos dias, sua disposição de impor, ao nosso povo, uma condição de vida ainda mais violenta e degradante”.
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