Simpa participa de debate na Câmara em defesa da democracia e da educação crítica e plural

Reunião cojunta de CECE e CEDECONDH sobre manifestações político-partidárias nas escolas privadas de Porto Alegre. Na foto, a vereadora Fernanda Melchionna.

Estudantes, professores e servidores públicos lotaram as galerias da Câmara Municipal de Porto Alegre nesta terça-feira, 6 de novembro, para acompanhar reunião conjunta das comissões de Educação, Cultura, Esporte e Juventude (Cece) e de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh). Chamada para debater manifestações de cunho político nas escolas – tendo como centro as manifestações ocorridas no Colégio Marista Rosário após o resultado do segundo turno das eleições – a reunião acabou sendo usada, pelos defensores dos projetos de “Escola sem Partido” para impor suas posições autoritárias e contrárias à educação de caráter crítico e plural.

 

Mesmo tendo havido, no colégio, atos contra Bolsonaro (no dia 29) e a favor (no dia 30), foi usada exclusivamente a manifestação contrária ao presidente eleito para justificar a suposta necessidade de leis que coíbam a livre expressão nas escolas.

 

O Simpa – representado pelos diretores Jonas Tarcísio Reis, Luciane Pereira, Ivam Martins e Luan Sanchotene – esteve presente, junto com a categoria, levando apoio à luta contra os que querem amordaçar as escolas, os professores e a democracia.

 

“O movimento escola sem partido, que supostamente diz combater as doutrinações nas escolas, não conseguiu mais do que meia dúzia de militantes para aplaudir os seus discursos vazios de conteúdo e a sua fragilidade retórica. Já os defensores da democracia tiveram, na representação dos sindicatos, associações e frentes em defesa da democracia e da liberdade de expressão, um grande público que entende a importância da Constituição e da garantia da Lei 9394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional”, explicou o diretor-geral Jonas Tarcísio Reis.

 

O Simpa defende a legislação nacional e municipal em vigor, que preconiza o respeito aos professores e à liberdade de cátedra, tendo na escola um espaço de debates e construção do pensamento crítico. Para o Sindicato, é preciso alertar a sociedade sobre a importância de se respeitar as instituições e o direito à livre organização e manifestação dos estudantes.

Além disso, a direção do Simpa se solidariza com as professoras e professores que estão sofrendo pressão por cumprirem seu papel educacional e aos que estão sendo acusados de organizar tais manifestações que, na realidade, foram realizadas por iniciativa de grupos autônomos de alunos contrários e favoráveis aos resultados da eleição presidencial de 2018.

 

“Os oportunistas políticos, que nunca defenderam a educação contra o sucateamento das escolas e nunca contribuíram para aumentar os recursos para a área, agora se colocam a pregar a favor da suposta ‘escola sem partido’. A maioria deles, inclusive, defende e ajudou a aprovar a Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos nas políticas sociais, dentre as quais a educação, tão necessária para o fomento do desenvolvimento econômico-social brasileiro”, completou Reis.

Foto: Tonico Alvares_CMPA

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