O som dos tambores de maracatu ecoaram nas ruas do Centro Histórico de Porto Alegre, no entardecer desta quarta-feira (25/1), durante a tradicional Marcha do Fórum Social Mundial (FSM). Criado em 2001 para fazer contraposição ao Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, a edição de 2023 tem um significado especial para o Brasil, após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a retomada do projeto popular e democrático do país.
Assim como diversas outras entidades de classe, de estudantes, das centrais sindicais, ONGs e partidos de esquerda, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) esteve representado na Marcha por diretoras(es) e representantes da categoria. Após um “esquenta” no Largo Glênio Peres, milhares de manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros, em direção à Praça da Matriz, local de dispersão de uma das principais atividades do evento.
O FSM 2023 tem como objetivo definir ações, em âmbito mundial, relacionadas à democracia, economia, meio ambiente, políticas sociais, entre outras. Até sábado (28/1), Porto Alegre será a capital da resistência ao fascismo, à extrema direita, ao capitalismo e às políticas neoliberais. O resgate dos sonhos de que um “Outro Mundo é Possível” devolvem à capital gaúcha a importância global do início dos anos 2000.
Desde segunda-feira (23/1), Porto Alegre voltou a ser um ponto importante no mapa mundial, alimentando as utopias das esquerdas por meio de debate, de articulações e de novas experiências sociais, urbanas, ambientais, do mundo do trabalho, no combate à fome e à miséria. Promovido por organizações e movimentos sociais do Rio Grande do Sul e do Brasil, até o final da edição de 2023, o FSM terá reunido painelistas nacionais e internacionais e lideranças políticas e sociais em mais de 150 atividades.
A VOZ DOS MUNICIPÁRIOS
“Porto Alegre sempre foi uma capital que primou pela questão da democracia, da participação social nas decisões em todas as comunidades. É muito bom que retorno o Fórum Mundial para Porto Alegre nesta modalidade de participação de todos. É o sexto ano que a gente vem lutando contra a privatização do DMAE, porque não tem motivo nenhum da privatização. O DMAE abastece 100% da população de Porto Alegre e já trata o esgoto de 60% da população. É só buscar o investimento que conseguiremos a universalização do esgoto. O SIMPA é um parceiro nosso dos servidores do DMAE e todos os municipários nesta luta contra a privatização e defesa do serviço público” – Sandra Darui, coordenadora do CORES DMAE
“É muito importante a categoria municipária estar participando do Fórum Social Mundial sobretudo nesta conjuntura de desafios impostos pelo neoliberalismo onde a gente tem que construir uma nova possibilidade de existência da classe trabalhadora no Brasil. A gente tem grandes desafios no município de Porto Alegre para garantir a nossa carreira enquanto municipário. É só via sindicato (que esta lógica neoliberal quer destruir) que a gente vai conseguir algum resultado. É muito importante que os trabalhadores estejam engajados no movimento junto ao nosso sindicato que representa toda a categoria municipária. Sobre o piso do magistério a prefeitura entende que o piso é o teto. As nossas perdas na carreira, desde o governo Marchezan, fizeram com o que nosso salário tivesse um achatamento como nunca na história. Temos desafios de luta para garantir o pagamento do piso, defesa da carreira e de concurso público para combater a precarização efetuada pelo atual governo”. – Elmar Soeiro, professor da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre
“A luta do SIMPA é fundamental para que a gente retome esses espaços de resistência. A vitória do presidente Lula é um reviver e “reavivar” as nossas esperanças e a nossa crença de que realmente um outro mundo é possível. E o SIMPA representa a luta para retomarmos a reconquista de nossos direitos, a partir de uma frente ampla de esquerda para combater tudo isso que vem acontecendo a partir da extrema-direita fascista que estava no poder. Vamos mostrar que a cidade é do povo e de quem nela trabalha e habita”. – Zuleica Albuquerque, professora aposentada da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre e coordenadora do CORES Aposentados.
“O SIMPA representa toda a categoria municipária em todas as atividades que são para o bem da sociedade e povo de Porto Alegre. O SIMPA e nós somos contra a privatização do DMAE, pois sabemos que a empresa não vai entregar um serviço de qualidade para a população. A nossa luta é pelo saneamento público, pelo DMAE público com água e serviço de esgoto públicos. E o SIMPA está conosco”. – Luciana Moura, representante do CORES DMAE/Simpa
Tags: #SimpaSindicato, democracia, Fórum Social Mundial, fsm, simpa, sindicato
Mais notícias
Não há eventos futuros