Às vésperas de completar seus 57 anos, o Dmae foi o foco de ato promovido pelos seus servidores e o Simpa no final da tarde dessa quinta-feira, 13/12, na Esquina Democrática. A manifestação foi mais uma das que têm sido realizadas para alertar e mobilizar a população contra a privatização do Departamento e o processo de sucateamento levados a cabo pelo prefeito Marchezan.
Ao microfone, trabalhadores e dirigentes sindicais salientaram a importância de fortalecer o Dmae como órgão público e contra a mercantilização da água, recurso básico para a existência humana que deve ser disponibilizado pelo poder público com qualidade e a custo acessível.
“Posso garantir que Porto Alegre tem um controle de qualidade como poucas cidades no Brasil tem. Não é exagero: são milhões de análises por ano se contarmos todos os parâmetros que são analisados. E o Dmae atende integralmente a portaria do Ministério da Saúde que trata da qualidade da água. Todos os itens da legislação são atendidos”, explicou Marcos Calvete, engenheiro químico do Dmae.
Por fim, Calvete destacou que “a atual gestão conteve investimentos importantes para o saneamento da cidade. Em 2017, primeiro ano da gestão Marchezan, o investimento não chegou à metade da média histórica do investimento que se fez em Poa nos dez anos anteriores”.
Sandra Darui, também engenheira do Dmae colocou que “assim como fez com DEP – e tenta fazer com Carris, Fasc e outros órgãos da prefeitura – Marchezan está fazendo com que o Dmae fique totalmente sucateado para depois entregar à iniciativa privada. O Dmae tem 3 mil cargos de funcionários e do jeito que Marchezan está fazendo, vamos chegar ano que vem com mil funcionários apenas para atender a uma população de 1,6 milhão de pessoas”.
Ela destacou ainda que “o Dmae abastece 100% das casas de Porto Alegre e consegue tratar o esgoto de 66% dessas casas. O Dmae conseguia, até 2016, investir até 15% da sua receita em infra-estrutura e melhoria para a cidade e neste ano a previsão é de que não chegue a 9%. Estamos ficando sem pessoal para atender. O prefeito não autoriza concurso e quer que o Dmae terceirize. Por tudo isso, pedimos que conversem com seus vereadores e lideranças comunitárias e se posicionem contra a privatização do Dmae”.
Antonio Elisandro de Oliveira, que foi diretor-geral do Dmae entre 2015 e 2016, destacou que o departamento “o Dmae é sustentável, consegue chegar a todos os lares de Porto Alegre, independentemente da condição financeira, em áreas de vulnerabilidade social, o que não vai acontecer se for privatizado”. Ele lembrou que o Dmae pode ser considerado a “joia da coroa do governo municipal”: “além de fazer investimentos de mais de meio bilhão como fez na ultima década, aumentando o tratamento de esgoto, que passou de menos de 30% para mais de 60% de esgoto tratado, também socorreu a prefeitura em mais de uma ocasião”.
O vereador Roberto Robaina (Psol) também esteve no ato, levando seu apoio à causa dos servidores. Os diretores-gerais do Simpa, Luciane Pereira e Jonas Tarcísio Reis salientaram a posição do Sindicato: valorizar o Dmae público contra seu sucateamento e contra as tentativas de privatização que certamente irão prejudicar a população de Porto Alegre.
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