A informação de que o Centro de Saúde Santa Marta retomará suas atividades e o atendimento à população, mesmo sem consertar os elevadores, colocou o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) em alerta. Construído na década de 1940 e localizado na Rua Capitão Montanha, nº 27, no Centro Histórico de Porto Alegre, o prédio de 6 andares está em reforma por conta dos estragos causados pelos alagamentos de maio.
Servidores que trabalham no C. S. Santa Marta entraram em contato com o Simpa e questionaram a reabertura dos serviços e do atendimento a pacientes, mesmo sem os elevadores funcionando. Na tentativa de minimizar impactos, a decisão da gestão é atender pacientes com mobilidade prejudicada no 1º andar e no térreo, o que não resolverá a situação. Os profissionais ressaltam que não basta apenas o médico descer para realizar o atendimento destes pacientes, na maioria das vezes é necessário o envolvimento de outros profissionais da equipe. Após a consulta médica, por exemplo, a enfermagem segue com o atendimento, com procedimentos e orientações aos pacientes.
A maioria dos pacientes que usam os serviços do C. S. Santa Marta são debilitados e tem limitações importantes. No quinto andar, por exemplo, são atendidos pacientes com muitas comorbidades e, geralmente, muito debilitados. O mesmo se dá em relação aos demais andares, com o uso das escadas por mães, pais, filhos e que muitas vezes trazem carrinhos e bolsas, além de pacientes com necessidades especiais. A preocupação dos servidores está relacionada a qualidade de atendimento e ao stress em decorrência de reclamações e protestos por parte dos usuários que terão de dividir as escadas com encarregados das medicações, materiais e equipamentos que chegam no prédio.
Além dos pacientes, servidores de diferentes áreas do CS Santa Marta estão impossibilitados de utilizar as escadas em função de problemas de saúde (problemas de articulações, cardiopatas, entre outros). O Simpa, inclusive, já foi questionado se os servidores com limitações terão de recorrer à Licença de Tratamento de Saúde (LTS) ou devem correr os riscos de agravamento do estado de saúde.
A reabertura do Santa Marta, sem elevador, atinge diretamente o direito dos pacientes aos serviços de saúde, em relação à integralidade de assistência, bem como da autonomia dos profissionais que integram as equipes de atendimento. Além de interferir na qualidade do atendimento, a falta dos elevadores pode culminar com inúmeras violações aos direitos dos pacientes e dos trabalhadores, podendo gerar sofrimento físico e mental em ambos.
O Simpa reitera que não é contra a reabertura dos C. S. Santa Marta, mas que a mesma ocorra de forma segura e adequada à população e sem prejuízo ao trabalho dos profissionais. Por isso, não descarta a possibilidade de acionar o Ministério Público, em função do previsível cenário caótico, a partir do acesso a todo o prédio apenas pelas escadas.
Somos Municipári@s, somos Porto Alegre e vamos resistir❗
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