POUSADA GAROA: UM ANO DE IMPUNIDADE

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No sábado, 26 de abril, completou um ano do incêndio da Pousada Garoa da Farrapos. Um ano de impunidade, de injustiça e desumanização. Onze pessoas foram mortas naquela madrugada. Até hoje ninguém foi responsabilizado.

É revoltante, mas não surpreende o silêncio dos gestores do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) de Porto Alegre. O ex-presidente da ainda existente Fundação de Assistência Social e Cidadania (FASC) não se pronunciava. De outro modo, o então secretário municipal de Desenvolvimento Social, quando falou foi no sentido de desumanizar as pessoas em situação de rua e relativizar as condições indignas e insalubres da Pousada Garoa.

A omissão e sobretudo as declarações dos administradores do Município de Porto Alegre são uma afronta, um desrespeito e um acinte também às trabalhadoras e trabalhadores da Assistência Social que sempre denunciaram a falta de condições daqueles espaços contratados pela FASC. Espaços não previstos na Tipificação dos Serviços Socioassistenciais e que precarizam ainda mais a Política de Assistência Social da cidade, já tão atacada e entregue a parceirizações e terceirizações nos governos de Sebastião Melo.

Às pessoas em situação de rua, aos amigos e amigas, conhecidos e conhecidas, madrinhas e padrinhos, pessoas que diariamente conviviam nas ruas, nas praças, nos serviços socioassistencias, na cidade, nossos sentimentos e disposição de luta.

Às trabalhadoras e trabalhadores da Política de Assistência Social de Porto Alegre, em especial, às equipes de trabalho dos Centro Pop, CREAS e Abordagem Social, compartilhamos nossa solidariedade, indignação, revolta e empatia com todas, todos e todes, que seguem na batalha por direitos e condições dignas de trabalho nos serviços socioassistenciais ofertados à população em situação de rua.

À todas/os/es nós, colegas de trabalho, que frente às perseguições, assédios e demissões que sofremos, por nos reunir para debater condições de trabalho, lutar por concursos públicos e nomeações, denunciar a precarização da Assistência Social e as violências de Estado e violências institucionais, nós que seguimos lutando cotidianamente contra a desumanização que segue reproduzida contra a população em situação de rua e contra os usuários da Política de Assistência Social, toda nossa solidariedade e força. Ficamos em luto, muitas vezes esgotados emocionalmente e inconformados, mas reafirmamos nosso compromisso enquanto trabalhadoras/es, com as/os usuários da Política de Assistência Social para que os mortos da Garoa não sejam esquecidos/as, para que isso jamais se repita, para que a população em situação de rua não seja desumanizada. Para que haja justiça e responsabilização.

Somos municipários, somos Porto Alegre e vamos resistir!

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