Concorrendo entre 1.151 práticas de Atenção Primária em Saúde desenvolvidas em todo o país, duas ações coordenadas por municipárias de Porto Alegre foram selecionados como finalistas do Prêmio APS Forte no SUS: integralidade no cuidado, iniciativa do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (Opas).
A premiação reconhece experiências inovadoras na Atenção Primária. Os dois projetos selecionados foram Mediadores Interculturais, coordenado pela servidora Rita Buttes, e Horta Escolar, do vasinho ao pomar, coordenado pela servidora Annelise Krause.
As duas experiências serão apresentadas em lives nos dias 17 e 31 de março, ambas a partir das 17h, com transmissão no canal do YouTube do Portal da Inovação na Gestão do SUS. O resultado final será divulgado em evento no dia 7 de abril, na Opas, em Brasília.
Horta Escolar, do vasinho ao pomar – uma experiência intersetorial de promoção da alimentação saudável no Programa Saúde na Escola
Foto: Cristine Rochol/PMPA
Mais de 120 escolas municipais, estaduais e comunitárias de Porto Alegre receberam materiais para a criação de hortas, adquiridos pelo município com recursos dos programas federais Crescer Saudável e Saúde na Escola. O município adquiriu 324 kits de ferramentas no valor aproximado de R$ 150 mil.
Annelise Krause
Conforme a coordenadora do projeto, Annelise Krause, “a escolha das hortas escolares para promoção da alimentação saudável nas escolas ocorreu a partir do reconhecimento e respeito à experiência das Redes de Ensino, que há décadas possuem trabalho excelente de educação ambiental, que vem sendo desmantelado nos últimos anos”.
Annelise também destaca que a compra de ferramentas só teve continuidade devido à permanência das servidoras nos setores envolvidos nas políticas públicas. A própria coordenadora da ação, enfrentou o assédio moral em outros governos, e se mantém na SMS através de liminar judicial conquistada pelo Simpa. “Tentaram retirar minha cedência da Secretaria Municipal de Educação (Smed), e isso só não foi possível porque faço parte da comissão de saúde e segurança no trabalho da SMS”, colocou.
O posicionamento em defesa da alimentação saudável é uma conduta da servidora. Na época da Copa do Mundo de 2014, como coordenadora da alimentação escolar, se posicionou contra a entrada da Coca-Cola nas escolas.
Mediadores Interculturais – Acesso e Acolhimento no SUS
Foto: Cristine Rochol/PMPA
A ação das mediadoras e mediadores interculturais é responsável pelo contato do usuário imigrante com as equipes de saúde. A mediação intercultural vai além de uma simples tradução e aproxima as culturas das nações para o melhor acolhimento e do imigrante aos serviços e facilita a ação dos profissionais, garantindo o acesso desde o atendimento no território até os diferentes pontos da rede de saúde da cidade.
A equipe é composta por imigrantes haitianos e senegaleses, garantindo o acesso às unidades de saúde, serviços especializados e hospitais ao reduzir a barreira linguística e cultural.
Rita Buttes
Diversos materiais informativos o orientadores do acesso aos serviços de saúde foram adaptados para as línguas maternas dos imigrantes. Durante os primeiros 95 dia de existência do projeto, foram realizados 139 atendimentos a 63 usuários e a demanda aumenta a cada dia. “A cidade precisa de uma política municipal que atenda as necessidades de imigrantes e refugiados integralmente e não apenas na área da saúde, o que foi um grande avanço. Como costumamos afirmar: ‘Somos todos imigrantes’”, explica a coordenadora da ação, Rita Buttes, ex-diretora do Simpa, que passou por intensa luta para a permanência no seu local de trabalho, a sede da SMS, durante gestão do ex-prefeito Marchezan.
O Simpa parabeniza as servidoras por essas importantes iniciativas e salienta a importância da longitudinalidade, continuidade e qualidade do trabalho que é feito por esses municipários e municipárias no serviço público de nossa cidade.
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