O ataque da OEA à Venezuela desrespeita o direito de todos

VENEZUELA

O Simpa repudia as ações internacionais que atentam contra a soberania e autodeterminação dos povos, considerando infeliz a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA), que ameaça a Venezuela com intervenção militar estrangeira. A resolução da OEA incita a guerra, motivada claramente por interesses econômicos e políticos ligados à exploração do petróleo e riquezas naturais da Venezuela, está em oposição à paz e à integração dos povos.

 

O povo venezuelano tem o direito de definir os rumos do seu país, assim como todas as nações. Manifestar-se em defesa dessa luta é também defender o direito dos trabalhadores da América Latina.

 

Leia a íntegra do Manifesto:

 

MANIFESTO DE REPÚDIO À OEA E PELA PAZ NA VENEZUELA E NA AMÉRICA LATINA

O Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela repudia a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) para ativar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) contra o Estado Venezuelano, ocorrida neste último 11 de setembro. A resolução é uma evidente ameaça de intervenção militar estrangeira à Venezuela, tratando-se ao mesmo tempo de um atentado contra a soberania e autodeterminação do povo venezuelano, e de uma ameaça à paz e a integração dos povos da América Latina.

 

A proposta de resolução foi encabeçada pelos governos da Colômbia e do Brasil, em explícita articulação com o golpista fracassado venezuelano, Juán Guaidó, e com o governo dos Estados Unidos. Tais personagens recuperam este infame tratado – criado durante a guerra fria para facilitar intervenções militares na América Latina sob o pretexto ideológico de combate ao comunismo – para empreender mais uma tentativa golpista de desestabilizar e derrubar o governo legítimo de Nicolás Maduro, atentando frontalmente a Carta das Nações Unidas e os princípios da convivência pacífica, da não-intervenção e da autodeterminação dos povos, contidos em diversos tratados internacionais para resolução de controvérsias.

 

Ademais, o governo de Jair Bolsonaro mais uma vez mancha a histórica tradição diplomática do Brasil de promover a paz e a integração dos povos da região, e sob justificativas ideológicas, que correspondem aos interesses dos EUA na região, coloca em risco muitas relações econômicas, sociais e políticas que o Brasil tem com a Venezuela.

 

Nós, organizações membros do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela e todos os que assinam este manifesto, manifestamos que:

– Defendemos a paz na Venezuela e em toda a América Latina;

– Defendemos a soberania e a autodeterminação do povo venezuelano;

– Repudiamos todas as ameaças de intervenção militar e desestabilização da paz na região;

– Repudiamos todas as sanções econômicas aplicadas à Venezuela, por parte do governo dos EUA;

– Repudiamos todas as tentativas de desestabilização política à Venezuela, por parte da oposição golpista venezuelana, do governo dos Estados Unidos, dos governos do Grupo de Lima, e de qualquer governo ou organismo internacional.

 

Reiteramos que os problemas da Venezuela devem ser resolvidos pelo povo venezuelano, por meios pacíficos e através de diálogo, neste sentido, apoiamos iniciativas de boa-fé com esse objetivo, como o processo de diálogo de Oslo.

 

São Paulo, 12 de setembro de 2019.

 

Assinam o Manifesto:

Celso Amorim, diplomata e ex-chanceler brasileiro

Gleisi Hoffman, presidenta do PT

João Pedro Stedile, MST e Via Campesina

Mônica Valente, secretária executiva do Foro de São Paulo e secretária de relações internacionais do PT

Anisio Pires Rodríguez

ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia

Associação Cultural José Martí Rio Grande do Sul

APLB-Sindicato – Associação dos Professores Licenciados do Brasil

Casa da Cultura Carlos Marighella

CEBRAPAZ – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz

Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

Centro Ruy Mauro Marini

Coletivo Abrebrecha

Coletivo Alvorada – MG

Coletivo Feminista Classista “Ana Montenegro”

Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sociopopular da OAB/RJ

Comité Argentino de Solidaridad con Venezuela

Comitê Carioca de Solidariedade a Cuba

Comitê Gaúcho em Solidariedade ao Povo Venezuelano

Comitê General Abreu e Lima em Solidariedade a Venezuela

Comitê Internacional Lula Livre Zona Norte Buenos Aires

Comitê Internacional Paz, Justiça e Dignidade dos Povos

CONEN – Coordenação Nacional de Entidades Negras

Consulta Popular

CUT – Central Única dos Trabalhadores

CTB – Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

Eduardo Moreira, advogado

FSM – Federação Sindical Mundial

FIST – Frente Internacionalista dos Sem-Teto

FNL – Frente Nacional de Luta Campo e Cidade

Francisco Pellé, do festival de teatro Lusófono/Grupo Harém de Teatro

FUP – Federação Única dos Petroleiros

Intersindical Central da Classe Trabalhadora

IPDMS – Instituto de Pesquisa Direito e Movimentos Sociais

João Batista Lemos, presidente estadual do PCdoB-RJ

Jornalistas Livres

Juventude Comunista Brasileira

Levante Popular da Juventude

Lúcia Rodrigues, jornalista

Márcia Chevrand, do coletivo Parem de Nos Matar

Milton Pinheiro, cientista político e professor da Universidade do Estado da Bahia

MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens

MAM – Movimento Pela Soberania Popular na Mineração

MCP – Movimento Camponês Popular

Movimento Cultural de Olho na Justiça

MMC – Movimento de Mulheres Camponesas

MMM – Marcha Mundial das Mulheres

MNDH – Movimento Nacional de DIreitos Humanos

Movimiento Octubres

MPSC – Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba

MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores

MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Nereide Saviani, diretora de formação da Fundação Maurício Grabois

Organização Comunista Arma da Crítica

PCB – Partido Comunista Brasileiro

PCdoB – Partido Comunista do Brasil

PJR – Pastoral da Juventude Rural

Pedro Alem Santinho, coordenador da fábrica ocupada Flasko

Pedro Oto de Quadros, promotor de justiça em Brasília/MPDFT

Raul Carrion, historiador e ex-deputado estadual pelo Rio Grande do Sul

Rede de Médicas e Médicos Populares

Resistência, corrente interna do PSOL

Socorro Gomes, presidenta do Conselho Mundial da Paz

TV Comunitária de Brasília

UBM – União Brasileira de Mulheres

UCB – Unidade Comunista Brasileira

UJC – União da Juventude Comunista

UJS – União da Juventude Socialista

UNEGRO – União de Negros pela Igualdade

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