Nota do Simpa: Marchezan não cuida do presente, mas já quer planejar o futuro

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Entre abril e maio, Porto Alegre teve um aumento de 153% nos casos confirmados de Covid-19 e de 140% no número de mortes. A pandemia segue em trajetória crescente no RS e no Brasil, que ao todo já tem, oficialmente, mais de 30 mil óbitos. Apesar do quadro dramático e ascendente, que exige medidas efetivas e urgentes aqui e agora, Marchezan já planeja retomar com força sua política de sucateamento e privatização do serviço público para o período pós-pandemia por meio de um pacote de projetos que deverá enviar em breve para a Câmara.

O prefeito não dá conta dos problemas da cidade, mas se dedica, com afinco, por meio destas propostas, a dar visibilidade ao seu projeto e planeja descaradamente sua campanha sob o discurso de estar cuidando do futuro de Porto Alegre. Marchezan não garante equipamentos de proteção individual, testagem para o coronavírus e condições seguras de trabalho para a totalidade dos servidores da saúde e dos serviços essenciais. Não se preocupa com o desemprego e tampouco investe na assistência social, ainda mais necessária neste momento de pandemia e de aumento no número de pessoas em situação de rua. Usurpou os recursos da merenda das crianças matriculadas nas escolas municipais e não os distribui, como deveria, à comunidade escolar. E somente agora, depois de três meses de as famílias dos alunos estarem passando necessidade e fome, é que acena para a distribuição de cestas básicas. Além disso, não resolve a crise habitacional e quer entregar a água à iniciativa privada, entre outras ações nocivas à cidade.

Soma-se a este cenário a plataforma educacional recém-lançada pela Prefeitura. Depois de três meses sem qualquer orientação da Smed às escolas e sem nenhuma preocupação com a aprendizagem e com o acesso de todos os alunos ao sistema, nem com as condições de trabalho para os profissionais da educação, a medida mais parece uma ação de campanha eleitoral, visando formar cadastro online das famílias, alunos e profissionais, e de entrega de toda a rede pública escolar ao mercado, às empresas de educação e de banco de dados de informática.

É preciso, portanto, cuidar da população hoje, com urgência. A gravidade do momento exige total empenho do poder público para o enfrentamento da Covid-19, o que pressupõe ações efetivas de proteção dos servidores que prestam atendimento à população, notadamente na saúde e na assistência social, de acolhimento e cuidado com os mais vulneráveis e de garantia de subsistência aos que precisam do Estado para se manter. E tudo isso depende de um serviço público forte e de uma gestão focada na vida e no bem-estar da população, capaz de garantir hoje a base para a construção do que virá amanhã.

A direção do Simpa

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