Municipária foi a mais votada para conselheira tutelar em Porto Alegre

CONSELHEIRA ELEITA

A municipária aposentada Márcia Gil recebeu 3,6 mil votos na eleição para representante do Conselho Tutelar, realizada nesse domingo (06/10), sendo a mais votada conselheira tutelar de Porto Alegre. Ela se elege pela região do centro e compromete-se na defesa intransigente dos direitos das crianças e dos adolescentes.

 

O pleito superou a previsão de participação feita pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). A expectativa era de repetir o mesmo número de votantes registrados em 2015, que foi de 16 mil eleitores. Porém, mesmo com a participação não sendo obrigatória mais de 43 mil pessoas foram às urnas para eleger a equipe de conselheiros tutelares da Capital. Foram colocadas à disposição 239 urnas.

 

O pleito escolheu 50 conselheiros que serão divididos em 10 microrregiões da cidade, cada uma contando com cinco representantes. Eles serão empossados no dia 10 de janeiro de 2020 para um mandato de quatro anos.

 

MÁRCIA GIL

A atuação como servidora pública da Prefeitura qualifica o trabalho da futura conselheira. Professora aposentada da rede municipal, Márcia Gil foi educadora de rua e diretora da Escola Porto Alegre (EPA) por duas gestões. Também atuou na Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), como coordenadora do acolhimento institucional da Casa de Acolhimento, e foi assessora comunitária da Fundação de Educação Social e Comunitária (Fesc).

 

Na sua campanha, se comprometeu com a defesa intransigente dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes e das políticas públicas, mantendo a ética e o sigilo no cuidado com os atendidos. Apresentou como propostas a articulação para participação das escolas nas redes de proteção da micro região 08, a presença nas reuniões da rede de proteção e nos estudos de caso, a escuta de crianças, jovens, famílias e profissionais da rede na perspectiva da prevenção de violências, fomentando práticas de resolução de conflitos.

 

 

Você é servidora aposentada, cumpriu mais de 30 anos de serviço público, o que te levou a concorrer?

MG – Fui motivada pela indignação frente ao Estado de desproteção que os governos estão criando. Atuei em áreas ligadas à rede de proteção de crianças e jovens, como a Educação e a Assistência Social. Durante 30 anos de serviço público, ajudei a construir as políticas públicas para atuação em rede. Agora vejo tudo sendo destruído. O conselheiro tutelar tem esse papel de fortalecer a rede de proteção e cobrar do poder público a execução. Não adianta ficar reclamando em casa. Não víamos mais crianças nas esquinas e sinaleiras, pedindo ou vendendo e agora isso aumentou.

 

 

Você esperava esta votação expressiva?

MG – Não esperava ser a mais votada, nem que tantas pessoas participassem da votação, mesmo não sendo obrigatória. Mas isso demonstra que a população já está se dando conta que precisamos defender direitos sem os preconceitos, que não podemos deixar uma onda conservadora suprimir avanços essenciais para nossa organização social. A pauta progressista não é de um partido político, o que o conselheiro tutelar defende é o cumprimento dos conceitos sociais compreendidos e incorporados no papel do Estado, seguindo a evolução social.

 

 

Quais os desafios que espera enfrentar?

MG – Lutar contra o desmonte das políticas públicas. Precisamos articular e cobrar do Estado as ações necessárias para garantir os direitos das nossas crianças e jovens. Um exemplo é a infrequência escolar. É só a ponta o iceberg, precisamos acompanhar a família e inserir na rede de proteção social. O Estado não pode se retirar das políticas públicas como está fazendo.

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