Marquezan quer entregar o HPS para a União

Em entrevista ao jornal “Já” o Diretor Geral do HPS- Amarilio Macedo disse que foi autorizado pelo Secretário Municipal da Saúde Erno Harzhein e pelo Prefeito Marchezan a dar continuidade aos estudos sobre projeto de ampliação do HPS e a construção de um novo bloco com espaços para serem explorados comercialmente pela iniciativa privada, com garagens e um mini shopping. Segundo o diretor, também está em estudo a federalização do HPS, ou seja, incorporá-lo ao Hospital de Clinicas que é administrado pelo Ministério da Educação.

O diretor ainda conta que os maiores obstáculos são de “ordem político-burocrática” em que os funcionários do HCPOA são contratados pela CLT e os do município são servidores públicos concursados, mas isso se resolveria em 20 anos.

Todavia, o Prefeito esquece as origens do HPS e sua vinculação histórica com a cidade de Porto Alegre, “a origem teve inicio em 1898 quando, na administração do Intendente José Montaury de Aguiar Leitão e com a concepção médica e direção do médico Luis Nogueira Flores, inaugura-se no dia 16 de maio daquele ano a Assistência Pública Municipal. Localizou-se inicialmente no Paço Municipal (Prefeitura Velha), Avenida Montevidéu s/nº, onde ocupava parte do andar térreo com entrada pela porta lateral esquerda, junto ao Primeiro Posto Policial. Para as necessidades da época, o serviço era completo, dispondo de todo o instrumental necessário para suturas, talas para fraturas, perdas de sangue, drenagens, bem como veículos de transporte com tração animal além de médicos e atendentes capacitados para o atendimento de urgência. Este serviço foi o primeiro do gênero no Brasil. O serviço se incorporou no dia-a-dia da população que seu crescimento foi muito rápido. Prova disto foi o grande número de auxílio prestado, em 1921 foram atendidas 4.583 pessoas sendo que destas, 351 era estrangeiros e 69 foram acidentes do trabalho. Os sepultamentos dos humildes e desprotegidos, os denominados indigentes, para os quais era fornecido inclusive o esquife faziam também parte das atribuições deste setor. Para dar conta desta atividade, a prefeitura mantinha um Necrotério Municipal, cujos funcionários se encarregavam do sepultamento. Durante os primeiros 23 anos de funcionamento o serviço registrou 95.939 atendimentos e forneceu 9.069 atestados de óbito”.

Hoje o HPS é 100% SUS. Um novo bloco, anexo ao antigo, começou a ser construído em 1999, com investimento de US$ 3,3 milhões. Os recursos tiveram 80% de cobertura do Fundo de Desenvolvimento Financeiro para os Países da Bacia do Prata (Fonplata) e 20% de contrapartida da Prefeitura de Porto Alegre. A unidade tem 4.500 metros quadrados e sete pavimentos. Abriga a administração, diretorias, salas de aula, biblioteca, sala de residência, bloco cirúrgico, cozinha, refeitório, vestiários para servidores, farmácia hospitalar, almoxarifado central, dependência de distribuição de materiais e sala de geradores. (Fonte)

Mais uma vez Marquezan mostra que fazer a gestão da coisa pública não é sua praia, mas sim entregar o patrimônio público da cidade para a iniciativa privada através das PPPs  (HMIPV) e agora quer entregar  o HPS para a União, desresponsabilizando-se de fazer a gestão pública.

Porto Alegre não irá permitir que a prefeitura se transforme em balcão de negócio.

Tags: HPS, Saúde

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