Uma nova denúncia trazida à tona recentemente mostra que as terceirizações nos serviços públicos favorecem desvios de toda ordem, atos de corrupção e ações contrárias ao interesse público.
De acordo com notícias veiculadas no dia 19, cinco funcionárias da UBS Guarujá — administrada pela Associação Hospitalar Vila Nova — teriam furado a fila da vacinação contra a Covid para privilegiar familiares em detrimento daqueles que têm direito à vacinação conforme calendário que estabelece os grupos prioritários e as faixas etárias atendidas. Também foi apontada a possibilidade de ter havido substituição de imunizante por soro.
O vereador Jonas Reis (PT), diretor licenciado do Simpa, recebeu as denúncias a respeito e enviou pedido de informações à prefeitura no dia 6 de julho, reiterado nos dias 12 de julho e 17 de agosto. Sem obter resposta, encaminhou as denúncias à Polícia Civil e ao Ministério Público.
Segundo noticiado pelo G1/RS, a Secretaria Municipal de Saúde abriu uma sindicância para a apuração dos fatos e orientou a Associação Hospitalar Vila Nova a tomar as medidas cabíveis. As funcionárias envolvidas foram demitidas.
O Simpa espera que o caso seja devidamente apurado e que os responsáveis sejam punidos dentro do que determina a lei. Porém, o sindicato entende que enquanto permanecer a lógica das terceirizações, do sucateamento e da entrega dos serviços públicos para a iniciativa privada, situações como esta — e como tantas outras já ocorridas — continuarão acontecendo.
O Simpa defende que o serviço público seja prestado por servidores concursados como forma de garantir mais segurança e melhor qualidade no atendimento à toda a população. O concurso público garante a impessoalidade, evita o uso político e o loteamento da estrutura pública conforme interesses que não o de atender a população e possibilita que os serviços sejam prestados por pessoas capacitadas para a função.
As terceirizações, ao contrário, abrem caminho para desvios e apadrinhamentos, para a prestação dos serviços por trabalhadores nem sempre qualificados para a função, encarece e descontinua o atendimento, prejudicando principalmente a população mais vulnerável, que depende totalmente dos serviços públicos.
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