Falta de gestão na Saúde motiva violência contra servidores

Reunião violência US Panorama 14mar2019 (1)

A direção do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) foi chamada pelos servidores da Unidade de Saúde Panorama, na Lomba do Pinheiro, na tarde de ontem (14/3), para discutir o aumento das reações violentas dos usuários, ocasionada pela falta de atendimento médico.

 

Diante da posição do gerente regional da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que afirmou não haver uma solução de curto prazo para a reposição dos profissionais, o diretor do Sindicato, Alberto Terres, argumentou que o governo é responsável por impor uma situação de pressão psicológica aos trabalhadores da unidade. “Os servidores estão aqui, tentando garantir o acesso ao atendimento, previsto na legislação do SUS, mas não contam com a equipe necessária e recebem manifestações agressivas. Servidores e usuários são vítimas desta gestão”, afirmou.

 

O Simpa questionou a presença de representantes da Brigada Militar e da Guarda Municipal na reunião. “Este tipo de violência que estamos discutindo não é um caso de polícia, mas, sim, de gestão. O governo Marchezan precisa cumprir com a legislação do SUS e dar as condições necessárias que os servidores possam atender a população”, enfatizou Terres.

 

Em janeiro, o Conselho Municipal de Saúde (CMS) encaminhou ofício à Promotoria Pública, denunciando a situação da Unidade de Saúde Panorama, que conta com apenas 05 equipes de Estratégia de Saúde da Família para atender uma população estimada em mais de 20 mil pessoas. A Secretaria de Saúde ainda não cumpriu com o acordo firmado em outubro de 2018, de constituição de uma equipe de saúde rural, para atender a Comunidade das Quirinas e arredores.

 

ESPERA

As reações violentas do público usuário são motivadas pela demora no agendamento de consultas. Na US Panorama, os usuários são acolhidos por um profissional auxiliar de enfermagem, que procede a escuta e faz encaixe de consultas conforme a urgência e agenda os demais. A média de tempo para consulta é de 15 dias, mas é frequente o caso de fechamento das agendas por lotação e a espera pode chegar a até dois meses. Há casos de pacientes com orientação médica para retornar com resultados de exames que também excede a dois meses, prejudicando o tratamento.

 

Participaram da reunião: servidores da US Panorama, o gerente regional da SMS, direção do Simpa, representantes da Brigada Militar, da Guarda Municipal e do Conselho Local e Municipal de Saúde.

 

Tags: Faltam médicos, Porto alegre, Saúde, simpa, sindicato, US Panorama, violência

Mais notícias