Em protesto emocionado, centenas de pessoas pedem justiça para Marielle e Anderson

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O dia 15 de março de 2018 nasceu cinza e chuvoso em Porto Alegre e parecia reverberar a tristeza pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSol) e seu motorista Anderson Gomes na véspera. Mas, terminou com uma emocionante manifestação iniciada sob um belo céu azul de fim de tarde, prenunciando que a perda brutal destas vidas, ao invés de amedrontar, alimenta o sentimento de necessária resistência ao arbítrio, ao racismo, ao autoritarismo, à opressão e à violência.

Centenas de pessoas, a maioria mulheres e homens negros e jovens, se reuniram na Esquina Democrática e caminharam até a o Largo Zumbi dos Palmares em protesto contra os assassinatos e por justiça. Lideranças políticas e dos movimentos sociais estiveram presentes levando apoio e solidariedade e conclamando a população a não aceitar o aumento da repressão e da violência e a perda de direitos resultantes do golpe de 2016.

O Simpa esteve presente ao ato. Em uma fala emocionada, a diretora-geral Luciane Pereira, representou a entidade e destacou: “Como mulher negra, sei o quanto é difícil ocuparmos espaço nessa sociedade capitalista, racista e machista. Quantos desafios e obstáculos nós temos de superar para fazer ouvir a nossa voz, para defendermos os nossos filhos que estão sendo mortos”.

A diretora lembrou que “há poucos dias estávamos aqui, no 8 de março, denunciando a violência contra as mulheres negras. E em março, no mês da mulher, eles dão um “recado” para a mulher negra: ‘não ultrapasse, não vá adiante, não lute, pare’. Mas nós não vamos parar porque nós somos sementes. Nós, mulheres negras, vamos nos levantar e defender a vida de todas as mulheres, dos trabalhadores e de nossos filhos”.

Para o Sindicato, o assassinato da vereadora e de seu motorista não podem ficar impunes e representam a fragilidade do Estado democrático de direito no pós-golpe que leva ao aumento da violência e do autoritarismo, à perda de direitos e à ampliação do abismo social brasileiro atingindo principalmente as populações historicamente mais oprimidas, como os negros e as mulheres. O Simpa se solidariza com parentes e amigos das vítimas e exige que a Justiça seja feita.

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