Em live, Simpa lança campanha e debate a defesa da cidade e dos direitos da categoria

O Simpa realizou, na noite desta terça-feira, 09/06, uma transmissão ao vivo (veja abaixo) de apresentação de sua nova campanha de valorização dos servidores municipais, em defesa da cidade e contra o desmonte dos serviços públicos promovido pela gestão Marchezan. Para enfrentar os problemas de Porto Alegre e fortalecer a união e a luta da categoria num momento de dificuldades de mobilização presencial devido à pandemia, o Simpa está apostando numa estratégia que alia a publicidade por diversos canais — para mostrar à população a real situação da cidade, que o prefeito tenta esconder — e as ferramentas virtuais, em especial as redes sociais.

 

Ao abrir a live, o diretor-geral do Simpa, Alexandre Dias, apontou que “Marchezan, depois de tudo que fez, desregulamentando a carreira dos servidores, não corrigindo e parcelando salários, e atacando os serviços públicos, quer lançar ainda mais veneno” com novos projetos de lei que estão sendo enviados à Câmara. Abreu tratou especificamente do PL 07/20, que pretende isentar o pagamento da alíquota patronal para a previdência dos servidores. “É uma verdadeira pedalada”, enfatizou. O diretor-geral também tratou da proposta de concessão do saneamento da capital à iniciativa privada. “É um golpe duro para a cidade. O Dmae é superavitário, não há razão econômica ou política para privatizar o serviço. A tarifa social do Dmae custa menos de meio centavo o litro de água tratada. E finalizou: “Se Marchezan quer guerra, ele terá porque vamos fazer a defesa da cidade”.

 

Descortinando Porto Alegre

 

A diretora de Comunicação, Cindi Sandri, apresentou as linhas gerais da campanha. “A situação não pode continuar como está, com o desmonte da cidade e dos serviços públicos, a desconstituição da nossa ação profissional e do nosso local de trabalho”, disse. “A campanha busca reinventar a forma de nos comunicarmos” e, ao mesmo tempo lutar para “devolver as condições de cidadania que Porto Alegre perdeu nesta gestão”. Para isso, concluiu, “precisamos de ação coletiva, de nos juntarmos, mesmo que seja cada um em seu lugar, dentro das condições que temos, para organizar nossa militância”.

 

A diretora lembrou que uma das apostas do Sindicato é a criação dos Núcleos de Ação Colaborativa (NACs), cujo papel será formar uma rede ampla entre os servidores capaz de pôr em movimento a energia militante da categoria, que tem sido a principal frente de resistência e enfrentamento a Marchezan. “Queremos também mostrar que não estamos sozinhos e este instrumento vai nos permitir nos aproximar ainda mais”, explicou. “Vamos virar o jogo com os servidores sendo protagonista desta ação”, disse, acrescentando que, hoje, a luta dos municipários é também pela vida. “Faltam EPIs e servidores têm sido cada vez mais contaminados pelo coronavírus. Esta e outras tantas situações é que queremos descortinar para a população”.

 

Luis Fernando Borba, da Associação de Engenheiros e Arquitetos do Demhab (Asead), parceira do Simpa na campanha, lembrou que nos tempos atuais, os servidores enfrentam o intenso sucateamento das estruturas e das condições de trabalho. “Hoje temos cerca de 1/3 dos servidores que tivemos Demhab”, alertou. “Não temos estrutura suficiente para atender ou intervir”, disse, destacando ainda que “na gestão Marchezan, só produzimos quatro casas de caráter emergencial; num passado não distante, fizemos cerca de mil casas por ano”. Ao tratar da parceria com o Simpa, colocou: “precisamos defender o serviço público porque ele é essencial para mais de 90% da população e a essência do serviço público é o seu servidor e servidora exercendo seu trabalho com dignidade”.

 

O diretor-geral João Ezequiel enfatizou que “o fascismo e o neoliberalismo têm verdadeiras máquinas de fake news e plataformas para disseminar mentiras. Nós, lutadores de esquerda, temos de nos utilizar das ferramentas tecnológicas não para a mentira, mas para levar a verdade e mobilizar as pessoas e, assim, fazer um enfrentamento via redes sociais”.

 

O pós-pandemia

 

Lu Fagundes — que cantou durante a live ao lado de Lila Borges — deixou sua mensagem de apoio à categoria: “Acompanhamos o trabalho do Simpa e também vemos o descaso desta gestão com Porto Alegre. Sabemos das dificuldades vividas pelas pessoas que precisam. Servidores são importantes para que as coisas aconteçam na cidade”.

 

O psicólogo André Guerra, mestre em Psicologia Social e Institucional, tratou sobre o que a angústia pode nos trazer. Ao iniciar sua fala, destacou: “Vivemos tempos sombrios de perseguição e expurgo dos funcionários públicos, tempos de verdadeira violência em todos os âmbitos contra os servidores. E os municipários são a linha de frente, são quem vê o rosto do terror na forma do neoliberalismo selvagem, do sucateamento, da privatização dos espaços públicos”.

 

Guerra também explicou, ao finalizar sua apresentação, que “com a pandemia, tudo se quebrou e se embaralhou e muita gente diz que nada será como antes. Eu diria para tomar cuidado com essa afirmação porque ao dizer isso, a pessoa se isenta do seu próprio compromisso. Nada será como antes se lutarmos para que não seja como antes, porque poderemos estar vivendo, no pós-pandemia, exatamente a mesma rotina de antes ou uma muito pior. O mundo porvir depende de nossa capacidade de fazer este novo mundo nascer”.

Para quem não viu o quer rever, a live do Simpa segue disponível abaixo ou no Facebook (@SimpaPortoAlegre) e no Youtube (Simpa Porto Alegre). 

 

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