Denúncia grave no serviço de urgência odontológica do PACS

Foto: Ministério Público do RS

Uma crise aguda de ansiedade em uma das profissionais que atuam no Serviço de Odontologia do Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), desencadeada em função do volume excessivo de trabalho, expôs uma situação grave e que atinge a saúde de municipárias (os), causando prejuízo à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Serviço de Odontologia do PACS faz parte da Rede de Atenção às Urgências de complexidade intermediária entre a Atenção Básica à Saúde e a Rede Hospitalar, funcionando de modo ininterrupto, 24 horas, inclusive aos sábados, domingos e feriados. No local, são atendidos pacientes com dor intensa, abscesso dentário, hemorragia, entre outros. As equipes fazem plantões de 12 horas e o serviço conta com 13 dentistas, sendo cinco para o turno da noite; e seis auxiliares de saúde bucal, sendo dois para cada turno.

Dos quatro consultórios odontológicos do PACS, um foi transformado em sala de raio-x. Devido à falta de auxiliares de saúde bucal, apenas dois dos três consultórios estão em funcionamento, prejudicando os usuários do SUS.

O sistema de gestão da Prefeitura tem priorizado a terceirização de trabalhadores, ao invés de promover concurso público e convocar os aprovados para completar o quadro de trabalhadores, que é deficitário há anos. Com o processo de terceirização, faltam dentistas para atendimento eletivo em diversas unidades da Rede Básica de Saúde, gerando uma demanda cada vezes maior de atendimentos de urgência odontológica no PACS.

Portanto, a sobrecarga de trabalho imposta aos profissionais do PACS, que desencadeou a crise aguda de ansiedade e consequentemente o afastamento da servidora do Serviço Odontológico, faz parte de um ciclo contínuo e nefasto e que se retroalimenta.

TERCEIRIZAÇÃO E PRECARIZAÇÃO
Sistematicamente, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) tem denunciado a falta de profissionais em todo quadro da Prefeitura, não somente nas unidades de saúde. Porém, ao invés de promover concursos públicos para suprir as deficiências de pessoal que atingem a maioria dos órgãos e autarquias, a atual gestão do prefeito Sebastião Melo segue o mesmo roteiro das terceirizações e “parceirizações” adotado pelo seu antecessor Nelson Marcehezan.

PODE PARECER, MAS NÃO É UM FATO ISOLADO
O stress que levou a servidora do PACS a buscar atendimento psiquiátrico de urgência, culminando com seu afastamento das atividades profissionais, pode parecer, mas não é um fato isolado. Existe uma relação direta de causa e consequência com o modelo político da gestão do prefeito Melo.

O Simpa solicitou reunião de urgência com os representantes da Secretaria Municipal da Saúde para tratar imediatamente desta grave situação.

Tags: #SaúdeNãoÉMercadoria, #SimpaSindicato, #TerceirizaçãoNão, municipários, poa, Porto alegre, Saúde, serviçopúblico, Servidores, simpa, sindicato

Mais notícias