
O SIMPA manifesta seu veemente repúdio à violenta ação empreendida pela Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) da Guarda Municipal de Porto Alegre, que, na tarde desta quarta-feira, disparou balas de borracha e utilizou spray de pimenta contra vereadores, um deputado estadual, representantes sindicais, municipários e cidadãos que participavam de manifestação pacífica nas dependências externas da Câmara Municipal.
O protesto era motivado pela inclusão, na pauta do Legislativo, de dois projetos de grande impacto social: a concessão do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) à iniciativa privada e a proposta que restringe a atuação dos catadores na Capital. A confusão teve início quando a entrada de manifestantes foi indevidamente proibida, sob a justificativa de lotação do plenário, conforme declaração da presidenta da Câmara, Comandante Nádia (PL).
Entre os atingidos pela ação violenta estavam cinco vereadores, um deputado estadual e representantes do SIMPA que acompanhavam os parlamentares em legítimo exercício de defesa da transparência e do direito da população de acompanhar as deliberações públicas.
O episódio configura um ato de violência institucional grave, que afronta os princípios democráticos, o respeito às prerrogativas parlamentares e sindicais, e o próprio Estado de Direito. O uso da força contra representantes eleitos e trabalhadores organizados constitui um ataque político à cidadania e à livre manifestação popular.
As cenas registradas remetem, de forma preocupante, às práticas repressivas de regimes autoritários do século XX, em que forças policiais foram instrumentalizadas para silenciar vozes dissidentes e reprimir a mobilização social. A ação da ROMU, neste contexto, expressa uma deriva autoritária que evoca o modo de operação das polícias políticas de regimes totalitários, como a Gestapo e as SS, marcadas pela lógica da intimidação e da obediência cega ao poder estabelecido.
O SIMPA alerta que esse tipo de conduta não é fato isolado, mas parte de um processo de militarização crescente do poder público municipal, que ameaça transformar a segurança, dever do Estado e direito do cidadão, em instrumento de coerção política. Tal desvio de finalidade compromete as bases da convivência democrática e o papel republicano das instituições.
Diante da gravidade dos fatos, o SIMPA exige:
O uso da força contra representantes do povo e contra trabalhadores organizados é expressão de fascismo de Estado e não pode ser tolerado sob qualquer justificativa. A democracia se fortalece com diálogo, escuta e participação, nunca com balas, gás e violência institucionalizada.
Porto Alegre merece respeito. Democracia se defende com diálogo, não com repressão.
SIMPA – SINDICATO DOS MUNICIPÁRIOS DE PORTO ALEGRE
Porto Alegre, 16 de outubro de 2025.
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