“Se tem uma coisa certa que Bolsonaro disse é que nesta semana haveria um tsunami. Nós somos o tsunami!”, gritou uma das lideranças estudantis sobre o carro de som que puxava a multidão estimada em mais de 30 mil pessoas ao chegar à Esquina Democrática, no centro de Porto Alegre, na noite deste histórico 15M.
O ato, num dos pontos mais tradicionais da capital gaúcha, coroou o dia de greve e de grandes manifestações promovidas por estudantes, professores, demais trabalhadores, movimentos sociais e sindicais contra os cortes de Bolsonaro à educação, contra a reforma da Previdência e contra a política antidemocrática, autoritária, violenta e preconceituosa promovida pelo governo.
Numa só voz, os manifestantes deixaram claro que “não vai ter corte, vai ter luta”, que os jovens, as trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros não se calarão diante da destruição promovida por Bolsonaro e seus apoiadores. Ao lado da categoria municipária, o Simpa e a Atempa marcaram presença nos atos, protestando também contra a política de Marchezan, que precariza e terceiriza a educação.
O 15M, que paralisou universidades e escolas por todo país, tomou as ruas de, ao menos, 198 cidades. No Rio de Janeiro, a estimativa foi de mais de 200 mil pessoas. Em São Paulo, mais de 120 mil ocuparam a Avenida Paulista. Outras 50 mil estiveram na Esplanada, em Brasília. Segundo a UNE, os protestos reuniram mais de 1,5 milhão de pessoas no Brasil, sendo a primeira grande onda de protestos contra o governo Bolsonaro.
Em Porto Alegre, os protestos começaram pela manhã e se concentraram na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Após um abraço coletivo ao prédio, eles foram para o Instituto de Educação Flores da Cunha, tomaram ruas do centro e no fim da tarde, caminharam até a Faced e de lá até a Esquina Democrática e Largo Zumbi dos Palmares.
A indignação dos estudantes e trabalhadores da educação ganhou ainda mais força depois de o ministro da pasta, Abrahan Weintraub, orientar o corte de 30% das verbas para universidades e institutos federais que, segundo o ministro, promovem “balbúrdia”. Frente à força dos atos que já se anunciava nos últimos dias, Bolsonaro declarou hoje que manifestantes são “idiotas úteis” e “massa de manobra”. “Idiota é quem faz arminha com mão de criança, e acha que livro é menos importante que arma”, respondeu a presidenta da UNE, Marianna Dias, no ato da Paulista.
As manifestações de hoje também convocaram a população para a greve geral de 14 de junho, que está sendo chamada pelas centrais sindicais, contra a política de Bolsonaro e em especial contra a reforma da Previdência. A UNE também está chamando novo protesto para o dia 30 de maio.
Tags: Direito à Educação, Educação
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