Sem avisar a comunidade e aos trabalhadores da Saúde, o governo Melo está aprofundando a entrega das Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada. Nesta sexta-feira (10), o Conselho Municipal de Saúde, o Simpa, o Conselho Distrital de Saúde e a comunidade de trabalhadores do posto da Restinga e usuários realizaram um ato público de resistência a este processo de terceirização no local. Também participou do ato o vereador de Porto Alegre, Jonas Reis (PT).
“Estamos aqui em defesa do SUS, em defesa da saúde pública e contra o projeto nefasto da terceirização”, destacou o diretor geral do Simpa, João Ezequiel Silva. Ele explica que já existe uma lista circulando internamente na prefeitura com o nome de todos os postos que serão entregues a iniciativa privada e que a grande maioria está dentro. Se houver a implementação total, só o Centro Modelo de Saúde continuaria sendo administrado pela prefeitura.
A conselheira do CMS, Tiana Brum de Jesus, lamenta que toda a rede de Saúde municipal está sendo entregue. “Não é só na Restinga que está acontecendo isso. A Prefeitura está tentando passar por cima de todos nós”, afirma ela.
De acordo com o movimento, os prejuízos da terceirização são inúmeros. O principal deles, é o fim dos médicos especialistas combinado com a falta de profissionais em número adequado para bem atender a população. O fechamento das especialidades nas UBS vai fazer com que o usuário tenha que ir em outras regiões para conseguir consulta, perdendo a descentralização conquistada em lutas históricas.
“Não é possível que os governos só pensem no lucro e se esqueçam de uma população que precisa do vínculo e do atendimento”, afirma João Ezequiel.
A alta rotatividade de médicos é outro prejuízo das terceirizadas. Assim como a precarização do trabalho e a falta de experiência dos profissionais. Sem contar que esses contratos facilitam o desvio de dinheiro público e a roubalheira.
CORES SAÚDE
Para debater formas de luta e resistência ao avanço das terceirizações em Porto Alegre, foi realizada, na noite de ontem (9), uma reunião do Cores Saúde. Os participantes deliberam a realização de vários atos públicos pela cidade para dizer não a terceirização e defender o SUS 100% público.
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