Simpa repudia atos fascistas e racistas ocorridos na Câmara de Porto Alegre

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O Simpa repudia com veemência os atos fascistas e racistas praticados por um grupo de extrema-direita que, nesta quarta-feira (20), causou uma das cenas mais deploráveis já vivenciadas pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Sob o pretexto de protestar contra o passaporte vacinal aprovado pelos vereadores – cujo veto do prefeito Sebastião Melo estava em discussão – o grupo agrediu física e verbalmente parlamentares e usou uma suástica nazista em um de seus cartazes.

 

Uma das manifestantes, numa clara atitude racista, dirigiu-se de maneira agressiva às vereadoras Bruna Rodrigues (PCdoB), Daiana Santos (PCdoB) e Laura Sito (PT), todas mulheres negras, chamando-as de “lixo” e de “empregadas” dela.

 

A ofensa racial, o uso de símbolo nazista, a violência praticada contra vereadoras e vereadores e os argumentos contrários à vacina e às medidas sanitárias contra a Covid-19 explicitam o caráter fascista, autoritário, antidemocrático e negacionista da extrema-direita, que emergiu nos últimos anos, se fortaleceu com a eleição de Jair Bolsonaro e que compõe parte da base de apoio ao prefeito Sebastião Melo.

 

Esperamos que os órgãos de segurança, o Poder Legislativo e o Ministério Público atuem para identificar os responsáveis pelos atos criminosos ocorridos no Plenário da Câmara, procedendo a investigação das denúncias registradas nos Boletins de Ocorrência, efetuados pelas vereadores a vereadores que integram a bancada de oposição no Legislativo Municipal.

 

O legítimo direito à liberdade de expressão e ao protesto jamais deve ser confundido com manifestações deste tipo que, ao invés de contribuírem para o debate em torno das necessidades da população, mutila a Constituição e fere de morte a democracia.

 

Ao mesmo tempo, o Simpa se solidariza com as vereadoras ofendidas e aos vereadores que, resistindo à investida, foram também agredidos. O sindicato espera que os agressores sejam punidos e que casos como este não voltem a acontecer.

 

Além disso, o Simpa questiona o tratamento diferenciado da Mesa Diretora da Câmara com relação a estes manifestantes. Foram muitos os momentos em que os servidores e servidoras, em justo e pacífico protesto por seus direitos, foram impedidos de acessar a Casa do Povo ou, uma vez tendo acessado, foram tratados de maneira truculenta pelo aparato de segurança, enquanto membros do grupo que agrediu os vereadores não apenas adentraram as galerias sem nenhum tipo de contenção como, ainda, tiveram livre acesso à área restrita aos parlamentares.

 

Por fim, e diante dos fatos narrados, o Simpa enfatiza que a construção de um país realmente democrático, justo, solidário e igualitário depende da nossa luta para derrotar o fascismo e toda forma de preconceito e opressão.

 

Tags: Intolerância, municipários, Porto alegre, Repúdio, simpa, sindicato

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