Simpa propõe solução em rede para enfrentar violência nas escolas

Foto: Mariana Pires / Simpa

Na manhã desta quarta-feira (14/11), Simpa participou de reunião da Frente Parlamentar de Segurança Pública Municipal da Câmara de Vereadores, a FRESEG, para debater as agressões a professores dentro das escolas municipais em Porto Alegre. Em fala vibrante, a diretora do Simpa Roselia Siviero defendeu uma saída coletiva para a violência, que deve envolver uma construção plural e não apenas por envio de decretos. “Nós aguardamos que, deste encontro de hoje, a gente supere o protocolo e construamos, de fato, uma relação dialética com toda a rede municipal de ensino e não com cada comunidade escolar, separadamente”, avaliou a professora.

 

Roselia mencionou que a Rede Municipal sempre foi protagonista em sua proposta político-pedagógica e formação dos seus educadores e que a Secretaria Municipal de Educação (SMED) não ofereceu uma formação sequer a seu educador, no último período, e ainda retirou o espaço de formação dos professores, onde era discutida a escola e como se como constrói a ponte com o aluno.

 

Lembrou também que a SMED não discute a nova rotina escolar com os conselhos escolares, equipes diretivas e professores. Constrói somente de um lado! “Aí começa a violência que os educadores estão sofrendo. Nossa rede se sente violentada até em seu financeiro porque a Prefeitura paga parcelado os salários e não é capaz de fornecer um calendário para os trabalhadores organizarem-se financeiramente”, lamentou Roselia.

 

QUEREMOS GUARDAS

Foto: Mariana Pires / Simpa

A diretora da Atempa Sinthia Santos Mayer entregou um dossiê sobre a situação de Recursos Humanos nas escolas da capital, que aponta a necessidade de mais de 300 profissionais na área, e endossou o pedido de nomeação de guardas municipais para as escolas. Para a Atempa, a saída também é em rede, com apoio dos conselhos tutelares, do Ministério Público e criação de um grupo de trabalho com todos os envolvidos.

 

A vereadora Sofia Cavedon estava na mesa e lembrou que foram retirados 60 guardas dos trabalhos de ponta nas escolas e postos de saúde para comporem a ROMU. “Isto é uma opção política do governo”, enfatizou a vereadora. Ela também lembrou que fazem mais de dois anos que foi feito concurso para guardas municipais e ainda não foram chamados profissionais.

 

POSIÇÃO DO SECRETÁRIO

Foto: Mariana Pires / Simpa

Outros vereadores estavam presentes na reunião, bem como representantes da Brigada Militar, da Polícia Civil, da Guarda Municipal e os secretários municipais de Educação e Segurança. Adriano Naves de Brito afirmou que a SMED já tomou suas atitudes sobre os episódios de violência e separou a atuação da Educação e da Segurança.

 

Para Jonas Tarcísio Reis, diretor geral do Simpa, é mais um episódio lamentável de um governo inoperante. “O secretário da Educação mente sobre o deficit de RH, afirmando faltar apenas 35 professores, e não se compromete com uma política efetiva de integração com a Secretaria de Segurança, não se compromete com nenhum calendário de nomeação de guardas municipais e tenta responsabilizar os diretores como se eles fossem os responsáveis pela resolução dos casos de violência, quando o problema é social e complexo e exige postura real de pro-atividade do governo, coisa que não encontramos na gestão Marchezan em nenhuma área. A cidade padece”, avaliou ele.

 

REUNIÃO COM A SMED

Simpa e Atempa forçaram a necessidade de construir uma rede de discussão com as entidades e retomar o coletivo, entregando um ofício de pedido de reunião com a SMED, no dia 12/11. Questionado sobre o pedido na FREGEG, o secretário Adriano não deu nenhum retorno.

 

Fala da direção do Simpa:

 

Falas na íntegra do Simpa e dos secretários de Educação e Segurança

 

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