O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) participou de uma caminhada alusiva ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo, no domingo (2/4) pela manhã, no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Além de estimular a troca de experiências entre familiares, a atividade, que é realizada anualmente desde 2011, tem como objetivo desmistificar e difundir informações sobre o transtorno, que vem crescendo e desafiando a comunidade científica, as famílias, o ambiente escolar e a sociedade de maneira geral.
Claudia Meyer, diretora-presidente “Instituto Autismo & Vida” ressaltou a dimensão da atividade e o número grande de participantes, o que é importante, segundo ela, tanto do ponto de vista de conscientização quanto de inclusão.
Os diretores do Simpa Assis Brasil Olegário Filho, Bete Charão e César Rolim participaram da atividade.
CRÍTICAS AO PREFEITO MELO
A diretora do Simpa Bete Charão chamou a atenção para as questões relacionadas à acessibilidade e à mobilidade nas escolas municipais de Porto Alegre e criticou o governo Melo pela falta de monitores. “Os alunos com deficiência e com necessidades especiais educacionais têm direito assegurado, tanto ao acompanhamento de profissional de apoio quanto a terem um currículo adaptado”, advertiu. Em relação à caminhada, Bete Charão ressaltou a importância da presença, da participação e do envolvimento de diversas entidades no evento, como a Associação dos Familiares e Amigos do Down, o Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab) e a Associação Mães e Pais pela Democracia, entre outros. “Além da visibilidade, é importante o respeito e o acolhimento das entidades, do poder público e da sociedade”, esclareceu a diretora do Simpa.
DADOS E PREVALÊNCIA
O número de crianças com diagnóstico de transtorno vem aumentando significativamente, principalmente nas duas últimas décadas. Há 20 anos, a cada 150 nascimentos um era diagnosticado com autismo, número que, atualmente é cinco vezes maior. Recentemente, o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) divulgou dados atualizados sobre a incidência do transtorno, apontando que uma em cada 36 crianças de até oito anos é autista.
DIAGNÓSTICO E INFORMAÇÕES
De acordo com especialistas, um dos principais desafios é o diagnóstico do espectro, que pode levar de dois a três anos, podendo atrasar o tratamento e, respectivamente, o desenvolvimento da criança. Ao longo dos anos, documentos como o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), da Associação Americana de Psiquiatria, e o CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) sofreram diversas alterações, incluindo nas palavras e termos usados para diagnosticar uma pessoa autista. De forma mais simplificada, poderia se dizer que existem transtornos leves, moderados ou severos. No entanto, o correto é dizer que pessoas no espectro do autismo apresentam diferentes níveis de necessidade de suporte (nível 1: necessidade de pouco apoio; nível 2: necessidade moderada de apoio; e nível 3: muita necessidade de apoio substancial).
ATRASO NAS OBRAS DO “CERTA”
A prefeitura de Porto Alegre anunciou, no ano passado, a criação de um Centro de Referência do Transtorno Autista (Certa), previsto para funcionar na Avenida Bento Gonçalves, com capacidade para atender até 300 crianças de zero a 12 anos pelo Serviço Único de Saúde (SUS). No entanto, a iniciativa, que deveria funcionar a partir do primeiro semestre de 2022, está atrasada. A obra está pronta, mas não existe previsão para ser inaugurada.
O Simpa tem visitado as escolas da rede municipal de ensino e constatado uma série de problemas, como estruturas precárias, dificuldades de acessibilidade e falta de professores e monitores, entre outros. O Simpa, em parceria com a Associação dos Trabalhadores/as em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa), tem marcado agenda com a secretária Municipal de Educação para tratar estas questões. No entanto, as reuniões têm sido desmarcadas.
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