O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) ganhou liminar judicial que determina que o servidor da Guarda Municipal, Aldo Luís dos Santos, tenha respeitado o seu direito de utilizar tranças afro durante o exercício do trabalho. A liminar é uma importante vitória contra o racismo institucional da administração pública municipal.
Ligado a Guarda Municipal há 28 anos, Aldo Luís, de 56 anos, procurou a assessoria jurídica do Simpa, em 2019, quando sofria perseguição do sub comandante e comandante da GMPA. Segundo ele, foram várias ameaças de perda de função caso o trabalhador não cortasse as tranças do cabelo e, três vezes, em que Luís se apresentou para trabalhar e foi dispensado.
Após ser vítima de constrangimentos e humilhações por quase dois anos, inclusive respondendo a processo administrativo disciplinar por isto, Luís se sentiu forçado a diminuir o comprimento de suas tranças, sendo uma vez mais a estética negra rejeitada, oprimida e criminalizada pela administração.
“Desde 1993, sou filiado ao Simpa e resolvi procurar o sindicato depois que a Prefeitura não acolheu minha denúncia”, afirma Luís. “Estou aliviado por ter provado que estou certo. As tranças têm a ver com minha etnia, minha estética e auto estima e eu estava sendo tolhido”, desabava o Guarda. A partir da decisão judicial, ele espera que seja revista a posição da GMPA em relação a estética, visto que o fato de alguém usar tranças não o desqualifica como servidor.
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