Com mais de 40 anos de Prefeitura e recentemente aposentada, a servidora da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Maria Elena da Silva Niederauer, peregrina nas unidades de atendimento do Centro Clínico Gaúcho (CCG) e há mais de três meses não consegue fazer o PET-CT, exame por imagem essencial para diagnóstico da evolução do câncer em pacientes durante o tratamento da doença. A Prefeitura de Porto Alegre mantém contrato com o CCG para atendimento da categoria municipária. O plano é pago pelos servidores, com um subsídio do município, conforme a faixa de renda.
Essa é uma das graves reclamações relacionadas ao atendimento do plano de saúde, que reduziu unidades de atendimento, tanto para exames e consultas, como para internações hospitalares.
Conforme Maria Elena, que teve o diagnóstico de Linfoma Clássico de Hodgkin (tipo de câncer que se origina no sistema linfático) no final de 2016 e já passou por mais de 20 sessões de quimioterapia, o exame foi solicitado no final de 2022, mas nos diversos setores do Centro Clínico que buscou o encaminhamento não conseguiu o atendimento. “É uma tortura física e psicológica. Vivo dia a dia sem saber da continuidade do meu tratamento e sentindo sintomas da doença no meu corpo”, desabafa. Associada ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Maria Elena procurou o setor jurídico do Sindicato como última alternativa em defesa do seu tratamento.
Há outros problemas também. Com o descredenciamento de especialistas e outros serviços, o único atendimento de hematologista disponível pelo plano de saúde, com muito custo, é na cidade de São Leopoldo. Maria Elena relata que não consegue mais ser atendida no Hospital Humaniza, que é tudo por aplicativo e quando tenta por telefone ninguém atende. Ontem (11/5) ela esteve presencialmente no setor de autorizações da unidade Alberto Bins e nem a deixaram entrar, alegando que não podem fazer o encaminhamento. Na manhã desta sexta-feira (12/5), novamente esteve na unidade, onde foi informada que a solicitação do exame venceu e precisa de novo requerimento. “A cada seis meses eu preciso fazer o PET-CT e não posso mais ficar nesta situação. Agora, pelo que fui informada, tenho que fazer uma nova consulta médica. Moro na Restinga e terei que ir até São Leopoldo”, lamenta.
O plano de saúde foi uma das conquistas das servidoras e servidores na data-base de 2014. Mas desde que foi implantado, após trocas de empresas pelo Poder Executivo, o atendimento vem sendo precarizado. A contratação de plano de saúde qualificado é uma das pautas prioritárias aprovadas para a data-base 2023. O documento com todas as reivindicações já foi entregue ao prefeito e o Simpa aguarda a abertura da mesa de negociação. Situações como a da servidora Maria Elena e de outros trabalhadores municipários, no entanto, não podem aguardar e precisam de uma solução imediata.
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