PREVENÇÃO E LIDERANÇA COMUNITÁRIA COMO PAPEL DA GUARDA

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No seminário “O Papel da Guarda Municipal na Segurança Pública e a Militarização em Questão”, ontem (25/5) à noite, no auditório do SIMPA, trabalhadores debateram a natureza da Guarda Municipal (GM) com os pesquisadores Dra. Katia Sento Sé Mello e Dr. Marcos Rolim. Para além do paradigma entre a zeladoria e o policiamento militar, Rolim disse que a GM tem um papel de prevenção e pode exercer muitas funções na Segurança Pública.

De acordo com o pesquisador, é função da guarda estar mais próxima dos cidadãos. Em países avançados no tema, o Guarda Municipal precisa ter capacidade de liderança comunitária. Na Polícia Comunitária a principal arma é a informação e não a capacidade de atirar. É claro que tem que fazer o patrulhamento e todo o ciclo de policiamento, mas precisa ter capacidade de agir na comunidade.

“O profissional de segurança deve saber se articular com o povo e com as instituições para resolver o problema”, lembra Rolim. Por exemplo, combater a evasão escolar pode ser combater a criminalidade se a Guarda Municipal se aproximar das escolas e das famílias das crianças e adolescentes em maior situação de vulnerabilidade.

Só no Plano de Segurança de 2002 a Guarda Municipal ganhou mais espaço no debate da Segurança Pública, mas ainda não possui uma unidade institucional. As guardas são muito diferentes em cada município e são fragmentadas. Em Porto Alegre, existe a ROMU – Ronda Ostensiva Municipal – que é uma guarda militarizada baseada nos batalhões de choque das forças armadas.

A dificuldade principal de entender o papel da guarda está na falta de formação. Segundo Kátia Sé Mello, a Polícia Militar, hoje, é treinada para combater o inimigo. “Mas quem é o inimigo? O Estado treina pessoas para proteger a ele mesmo e não aos cidadãos”, afirma. Para ela, existe uma tensão entre formação e treinamento. As duas coisas são necessárias, mas a formação tem mais a ver com valores e parâmetros. Sem eles, o policial é treinado para obedecer e cumprir ordens sem refletir. Para Rolim, o Brasil é bastante atrasado na área, lembrando a falta de ensino em Segurança Pública no País.

Fotografia: Mariana Pires

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