Pichações em escola expõem vulnerabilidade na educação

Na manhã desta segunda-feira, 15 de abril, servidores e alunos da EMEF Monte Cristo, na Vila Nova, em Porto Alegre, foram surpreendidos com uma série de pichações, feitas durante o final de semana. As frases contêm ataques aos professores e ameaças como “Suzano voltará aqui”, em referência ao massacre ocorrido há um mês, no dia 13 de março, na escola paulista Raul Brasil, que terminou com 10 mortos e diversos feridos. A Polícia Civil foi acionada para apurar o caso e uma reunião entre servidores, professores e a comunidade local está marcada para hoje às 18h.

 

Diretores do Simpa e da Atempa estão desde cedo na escola acompanhando o caso. O Sindicato já pediu providências no sentido de que a Secretaria Municipal de Educação receba representantes da categoria, da escola e da comunidade para discutir o problema e encaminhar ações que protejam alunos e trabalhadores.

 

Para o Sindicato, o fato é grave e reflete ao menos dois aspectos presentes no cenário atual. Primeiramente, a ascensão e o estímulo à cultura de ódio e à violência na sociedade como um todo – que ganhou ainda mais força após a eleição de Jair Bolsonaro – e nas escolas em particular – inclusive por meio de propostas como os de Escola Sem Partido, que cerceiam a liberdade de cátedra dos professores e promovem perseguições ideológicas e o denuncismo de alunos contra docentes.

 

O segundo e não menos importante aspecto é a vulnerabilidade e o sucateamento do sistema municipal de ensino, resultantes da política de ataque aos serviços públicos promovida pela gestão Marchezan.

 

A EMEF Monte Cristo é uma das muitas da capital que não contam com a segurança da Guarda Municipal, o que facilita a ação de vândalos e episódios de violência como agressões contra servidores. Agentes da GM têm sido desviados para policiamento ostensivo contra trabalhadores autônomos no Centro e, em muitas situações, para agredir servidores que luta por seus direitos.

 

Além disso, a escola, como toda a rede, padece pela falta de um projeto pedagógico – construído coletivamente entre representantes da Smed, professores, alunos e moradores – que valorize o ensino público e seja capaz de agregar a comunidade, estimular a cultura de paz e melhorar a qualidade do ensino especialmente na formação humana de nossas crianças e jovens.

 

Para o Simpa, que vem denunciando há muito tempo o descaso de Marchezan com todo o serviço público e com a educação, é urgente que a administração municipal tome medidas com celeridade a fim de garantir mais qualidade de ensino e segurança às nossas crianças, jovens e servidores e evitar que casos como o de Suzano voltem a ocorrer.

 

Tags: Direito à Educação, Educação

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