O prefeito de Porto alegre enfiou hoje os pés pelas mãos e, destrambelhado, deitou uma falação despropositada sobre servidores públicos e sindicatos que fizeram greve e outros que seriam “de bem”, os guardas municipais, pelegos fura-greves, que apelaram à violência gratuita, entre outros que acorreram ao trabalho sem ligar aos próprios direitos.
Acusou de vandalismo toda a massa majoritária de grevistas dirigida por sindicatos e centrais de trabalhadores, que se reuniu pacífica e firme desde a madrugada até próximo das 18 horas em multidão pelas ruas centrais da cidade.
Confundir ações legítimas, legais, de defesa de direitos trabalhistas e previdenciários com o próprio terrorismo que o prefeito repete dia sim, dia também denuncia os propósitos do eleito por minoria escassa da cidade.
Não tem todo esse consenso para vender o patrimônio público como pensa, mas ameaça.
Não lhe será confortável a linha de confronto que adota, se assim pensa. Se assim não pensa, da mesma forma não lhe confortará.
O orçamento público não é distribuição de mesada em família abastada, que se possa retirar por avaliação de má conduta. A lei obriga também ao prefeito.
Parece que falta ao prefeito maturidade para a ação administrativa (está no governo há quatro meses e ainda diz que a Carris “é mal administrada”). Prova isso o desastre que a pressa por resultados vai provocando, com a imposição autoritária e descabida das jornadas engessadas, exigidas sem atenção às peculiaridades de atividades da Cultura, da Saúde e da Educação, que recua por inviável execução, posto que plantões e horários noturnos são a rotina nessas áreas, o que não cabe no “horário comercial”.
Entanto, lhe sobra um desnecessário “jogo pra torcida” só sustentado por apoio incondicional da mídia amiga.
Temos, os servidores e o eleito pela minoria, três anos e meio de convívio obrigatório.
Se os servidores não lhe servem incondicionalmente, apenas trabalham para o povo em serviços públicos cada vez mais precarizados, quem não serve ao povo da cidade é o prefeito.
Prudente seria que revisasse a relação com a empresa de gestão que o aconselha, inepta e de volúpia pelo liberalismo anacrônico só similar ao discurso demagógico do partido a que se filia.
SIMPA – Sindicato dos Municipários de Porto Alegre
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