Nota do Simpa: Frear os ímpetos autoritários de Bolsonaro é questão de vida (ou morte)

As últimas atitudes de Jair Bolsonaro — nesta segunda-feira, 20/04, e no final de semana — mostram que o presidente segue sua escalada totalitária e genocida sem encontrar grandes obstáculos. Desconsiderando mais uma vez as recomendações da OMS quanto à necessidade de incentivar a população ao isolamento social para o enfrentamento à Covid-19, o presidente estimulou aglomeração em Brasília e fez discurso em ato que defendia a intervenção militar e o fim da quarentena. Numa tacada só, Bolsonaro atentou contra a saúde pública, contra a democracia e os poderes constituídos.

 

Hoje, tal qual um monarca lunático e anacrônico, buscando reencarnar pateticamente a figura de Luiz XIV — para quem o Estado era ele próprio —, Bolsonaro — que já delirou dizendo estar cumprindo com desígnios divinos na Presidência — hoje declarou: “Eu sou a Constituição”. 

 

Em matéria de insanidade, seus seguidores não ficam atrás. Atiçados como cachorros loucos, foram às ruas, em pequenos bandos, em algumas cidades para, mais uma vez, vociferar contra as conquistas democráticas, evocar as Forças Armadas, pedir um novo AI-5 e pressionar, comodamente de dentro de seus carros,  pela reabertura do comércio.  Em Porto Alegre, participantes de um desses bandos, babando ódio e famintos por causar dor e discórdia, agrediram covardemente uma mulher e jornalistas na região central.

 

Episódios deste naipe, infelizmente, não são novidade e ficaram ainda mais recorrentes desde a chegada de Bolsonaro ao poder central e ao estímulo aberto do presidente à violência, especialmente contra adversários políticos ou contra aqueles que, de alguma forma, incomodam seus interesses.

 

Mesmo já tendo se tornado rotineiros, atos como estes sempre chocam e indignam aqueles que, como nós, lutaram para defender as conquistas democráticas obtidas desde a reabertura e da implantação da Constituição de 1988.

 

Para o Simpa, é urgente que os poderes constituídos façam frente às investidas autoritárias e irresponsáveis do bolsonarismo, antes que nossa democracia esteja completamente destruída. Também é preciso frear seu ímpeto destrutivo, que leva a sucessivas tentativas de implodir as medidas de saúde pública, entre as quais o isolamento social, que buscam tentar reduzir a propagação do coronavírus, evitando assim o colapso do SUS e ainda mais perdas de vidas de cidadãos e trabalhadores dos serviços essenciais. Trata-se de uma questão de vida ou de ainda mais mortes.

 

A direção do Simpa

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