Nota do Simpa contra a criminalização das manifestações populares e a parcialidade da mídia

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O Simpa vem a público repudiar a criminalização e repressão aos movimentos sociais e populares por parte do aparelho de segurança de Sartori, bem como a atuação tendenciosa da mídia hegemônica em momentos cruciais para o país.

Ontem, 24/01, durante julgamento de recurso do ex-presidente Lula no TRF-4, que manteve a sentença condenatória, numa resposta despropositada da Brigada Militar, 28 jovens foram detidos e um adolescente apreendido por participação em um protesto na Azenha. Conforme relatos, esses jovens sequer puderam entrar em contato com seus familiares.

O episódio mostra, mais uma vez, a quem a Brigada Militar tem servido. A condução da corporação pelo governo Sartori vai no sentido de repreender, intimidar e criminalizar as manifestações do povo num momento de crise e retirada de direitos em que a única saída é o protesto e o repúdio daqueles que sofrem diretamente com estas ações. A decisão arbitrária da Justiça no dia 24/01 implicará mais perdas graves para o campo democrático e popular e mais prejuízos para o povo.

Ontem, como em outros momentos, a BM agiu a serviço de um projeto de governo capitaneado em nível federal pelo golpista Michel Temer e reproduzido em outras esferas de poder. No RS, a mesma lógica privatista, de redução do papel do Estado e de retirada de direitos do povo vem sendo aplicada pelos governos Sartori e Marchezan. Num cenário de tamanho retrocesso, resta ao povo o direito constitucionalmente garantido de manifestar sua posição.

Ao mesmo tempo, é preciso destacar o desserviço que grande parte da mídia tradicional vem prestando ao país com uma cobertura tendenciosa e facciosa que estimula a divisão de nossa população e o aumento da crise política e institucional que vivemos. Nesta quarta-feira histórica, não foi diferente: a cobertura deixou clara a posição da mídia brasileira. O episódio envolvendo a antecipação do resultado do julgamento por um canal de notícias, conforme amplamente divulgado nas redes sociais e em sites, é escandaloso e põe em xeque tanto a suposta imparcialidade do veículo quanto a lisura do processo.

O Simpa espera que o Brasil possa, em breve, retomar o caminho da democracia popular. E para isso, é preciso que as instituições garantam os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, inclusive à livre manifestação, e que os veículos de comunicação cumpram com seu papel precípuo de informar de maneira imparcial e objetiva. O Simpa reafirma que estará nas ruas na luta por nossos direitos, contra a reforma da Previdência e pela revogação da nova lei trabalhista.

#SemAssedioSemMordaça
#TrabalhadoresContraAsReformas
#AposentadoriaFica

 

Direção Simpa

Tags: imprensa, Movimentos Sociais, simpa

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