Municipários participam de audiência pública sobre aumento salarial para prefeito, vice e secretários

009

A categoria municipária participou, no dia 22/6, da Audiência Pública promovida pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre para debater o projeto de lei que prevê aumento salarial ao próximo prefeito de 62% e de 39% a contar desde a aprovação para o vice e secretários.

 

Os diretores do Simpa João Ezequiel, Edson Zomar e Vilmar da Silva se manifestaram contrários ao projeto e cobraram reposição à categoria municipária. Coordenadora do Cores Educação, a professora Tzusy Estivalet também se pronunciou na audiência. Contraditoriamente, a base do governo, que não se manifesta a favor da contraproposta de 11,25% de reposição para as trabalhadoras e trabalhadores municipários, alegou, afirmou ser uma questão de dignidade aumentar o salário do alto escalão. Também participaram a diretora do Sindicato, Cindi Sandri, e o diretor, Assis Brasil Olegário Filho.

 

João Ezequiel definiu o projeto como um deboche com a categoria que teve uma oferta de reposição salarial inflacionária de 5,79% parcelada e acumula perdas 30,25%. “A população tem que acompanhar esse projeto, a Câmara de vereadores tem que rejeitar esse projeto. Essa categoria se esforça para melhor atender a população diuturnamente mesmo com as condições precárias. Vereadoras/es que respeitam o cargo que ocupam e querem ser levados a sério pela população devem votar não.”, enfatizou o diretor.

 

Vilmar da Silvia, gari e diretor do Simpa, falou da desigualdade existente dentro da categoria e a inversão de valores em defender o projeto de aumento enquanto a categoria não é valorizada. “O gari que está na ponta mantém a cidade limpa, os professores e engenheiros fizeram faculdade e estão se dedicando pela cidade. Se Melo não pode valorizar um gari, um enfermeiro, um professor, que está na ponta dos serviços, porque deve ser valorizado o alto escalão? Se pra nós é 5%, que ele ganhe 5% também. Não é justo só a classe que ganha menos dos funcionários ser penalizada”, ponderou o diretor.

 

Edson Zomar, servidor do Dmae e diretor do Simpa, destacou que ninguém ali é contra as pessoas receberem bons salários, mas que a questão é a diferença salarial que existe e não deve ser ampliada. “Existe um abismo entre os que ganham mais e os que ganham menos. Não há porque aumentar a diferença que já existe e não é justificada. Não é aceitável que exista quem tenha vencimento básico abaixo do salário mínimo na prefeitura”, afirmou Edson.

 

Coordenadora do Cores Educação, a professora Tzusy Estivalet questionou porque a população não é consultada sobre o projeto. “Não estamos pedindo aumento, estamos pedindo a reposição salarial. Poderíamos pedir aumento além de reposição, porque na nossa categoria tem muito mestre, doutor, pós-doutor, e isso nunca é visto. Essa valorização deveria ser para todos que constroem a cidade”, destacou. A professora relatou que colegas terceirizadas, da cozinha e limpeza recebem apenas R$ 1.400,00/mês, sem direitos trabalhistas e com a responsabilidade de cozinhar para estudantes que, muitas vezes, não tem outra opção de refeição além da oferecida na escola. Ela usou como exemplo também o trabalho fundamental das monitoras da educação, que recebem apenas R$ 1.500,00/mês. As colocações foram para rebater o argumento de que o prefeito e secretários merecem aumento porque recebem pouco pelo tamanho da responsabilidade que possuem.

 

Tags: #SimpaSindicato, 2023, Data-Base 2023, DataBase, Database2023, municipários, poa, Porto alegre, Prefeito Melo, Prefeitura, Serviço Público, serviçopúblico, Servidores, simpa, sindicato

Mais notícias