Militantes da saúde debatem a defesa da democracia e do SUS

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Profissionais e militantes da área da saúde se reuniram na tarde desta terça-feira, 23/01, na sede do Simpa, para debater ações de mobilização para a luta estratégica em defesa da democracia e da saúde pública, contra os retrocessos impostos pelo governo ilegítimo de Temer.

Eliane Cruz, doutoranda na área de Bioética da UnB, destacou que “não há saúde sem democracia”. Lembrou que o SUS foi construído no processo de redemocratização do país e que, agora, “é preciso resistir” pela sua manutenção e fortalecimento.

Eliane também alertou para o grave quadro de exclusão no Brasil e no mundo, fator que leva ao aumento da demanda por saúde pública e assistência e que precisa ser encarado como uma questão social pelos governos. “Hoje a exclusão não é mais um estágio na vida de uma pessoa, mas uma situação muitas vezes permanente”, disse. Ela também lembrou que o “SUS vive o golpe”, com sua desconstituição cotidiana e o desmonte de sua estrutura, capitaneados pelo atual governo.

Ronald Freitas, presidente do Conselho Nacional de Saúde, destacou que o mundo vive uma crise clássica do sistema capitalista, na qual o Brasil está inserido. “Vemos os interesses das grandes multinacionais derrubando governos para melhorar suas planilhas, seus lucros”, disse.

Freitas lembrou que “quem predomina o planeta não tem respeito à vida, por isso elege os “matáveis”, os “elimináveis”, os que não fazem diferença e que sofrem com a exclusão”. Ele lamentou que o processo de proteção social, no qual o SUS se insere e que vem desde a Constituição de 1988 está, agora, “sendo destroçado”.

Neste cenário, Freitas defendeu a necessidade da luta pela democracia e pelo fortalecimento do Estado nacional, “único capaz de enfrentar o capital financeiro, as grandes multinacionais e indústrias farmacêuticas. Não à toa, é este Estado que está sendo destruído e o SUS sofre diretamente este processo”. Apesar da atual gestão do Ministério da Saúde, Freitas salientou que os profissionais e militantes da saúde pública vêm conseguindo enfrentar estes ataques e mobilizar a população contra estes retrocessos. “A democracia tem papel central neste processo de enfrentamento e é preciso construir unidade em sua defesa”.

O evento se encerrou com a fala de Sandra Fagundes, do Fórum Gaúcho de Saúde Mental, que alertou: “mais do que resistir, temos de reafirmar o direito à existência para todos” e a necessidade de “rebeldia contra a retirada de direitos”.

 

Tags: simpa, SUS

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