A mistura de alta na inflação com falta de reposição salarial é um tormento crescente na vida das famílias municipárias. Há quase seis anos sem correção e enfrentando o aumento galopante dos preços, os servidores viram seu poder de compra despencar. Desde maio de 2016 até novembro deste ano, as perdas somam 30,97%, conforme o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Deste percentual, 9,26% foi somente durante a gestão Melo, entre janeiro e novembro de 2021. Em novembro, o índice chegou a 0,96%. Até outubro, a reposição necessária para atualizar os salários dos municipários já era de 29,74%.
Para efeito comparativo da discrepância entre essas perdas e o aumento nos itens essenciais de consumo, a cesta básica em Porto Alegre é de R$ 685,32, enquanto o salário básico inicial (padrões 2 a 4) do servidor na capital gaúcha é de R$ 961,69. Além disso, somente em 2021, a gasolina sofreu pelo menos 20 aumentos, chegando ao valor mais alto em termos reais das duas últimas décadas. No começo de novembro, o litro do combustível custava R$ 7,19 e o valor do gás de cozinha saltou 39% no ano. A tarifa da energia elétrica também aumentou 14,71%.
Por tudo isso, o Simpa e a categoria municipária seguem em luta, pressionando o governo Melo a conceder a reposição inflacionária. Também constam na pauta de reivindicações, entre outras, o aumento do vale-alimentação e a atualização nas progressões, já que a última realizada foi a de 2010/2012.
Na quinta-feira passada (9/12), a Câmara Municipal aprovou emenda que autoriza o pagamento da reposição na Lei Orçamentária Anual de 2022. Na mais recente reunião entre representantes do Simpa e da Comissão de Negociação, ocorrida na terça-feira (7/12), o governo se comprometeu a analisar as demandas e responder ao sindicato oficialmente até a próxima semana.
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