Em coletiva de imprensa, realizada nessa terça-feira (8/8), no Sindicato dos Engenheiros – SENGE, ex-diretores do Departamento de Água e Esgoto – DMAE manifestaram-se contrários ao Projeto de Emenda da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, nº10/2017, que permite a privatização do departamento. Afirmaram a necessidade de uma audiência pública para debater o assunto e a garantia que o DMAE mantenha sua autonomia para investir. O SIMPA também estava presente na coletiva, junto com o CORES DMAE. Os trabalhadores defendem a retirada do projeto, pois água é um direito e não fonte de lucro.
De acordo com os diretores, a universalização do abastecimento de água em Porto Alegre é de excelência. Desde quando o DMAE implementou a estrutura de coleta de lixo, a cidade passou a cobrir 80% do esgoto sanitário. Não teria porque privatizar o setor, que possui as finanças saudáveis. Privatizar o DMAE seria ir contra a tendência de grandes cidades do mundo que estão reestatizando os serviços de água e esgoto. Cidades como Paris, Berlim, Buenos Aires voltaram atrás na privatização, pois perceberam tarifas altas, baixo investimento e perda na qualidade dos serviços.
O ex-diretor Arnaldo Dutra leu a exposição de motivos do prefeito e percebeu que “a menor preocupação dele é a falta de saneamento, a verdadeira satisfação é atender o mercado”. Dieter Watchow, por sua vez, disse que não aceita esse discurso de que a parceria público- privada não é privatização, “porque isso tira a autonomia dos municípios”.
O prefeito justifica que não possui o dinheiro necessário para investir R$ 1,77 bilhão em coleta e tratamento de esgoto e R$ 926 milhões em tratamento e distribuição de água para universalizar os serviços até 2035, como prevê o Plano Municipal de Saneamento Básico de Porto Alegre. Mas, esqueceu que o DMAE é superavitário e que, inclusive, emprestou dinheiro para a gestão em outros momentos.
Estavam na mesa Adinaldo Soares de Fraga, Antônio Elisandro de Oliveira, Arnaldo Dutra, Augusto Damiani, Carlos Alberto Petersen, Carlos Todeschini, Dieter Watchow, Guilherme Barbosa e João Dib.
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