A direção do Simpa, servidores e integrantes do Cores Dmae participaram da audiência pública organizada pela Comissão Defesa do Consumidor e Participação Legislativa Popular da Assembleia Legislativa (AL) do Rio Grande do Sul, para discutir a falta de água na Lomba do Pinheiro. Mesmo convidados, os representantes do prefeito Marchezan não compareceram ao debate, realizado na noite de ontem (01/4), no Centro de Promoção da Criança e do Adolescente, localizado na Lomba do Pinheiro.
Os moradores da Lomba do Pinheiro vivem um problema recorrente, que foi agravado no último período, pela política do prefeito que centralizou a utilização dos recursos financeiros do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e impõe a precarização para justificar a privatização e a utilização de Parcerias Público Privadas (PPPs). O Sindicato dos Municipários acompanha o problema da água em Porto Alegre. O Dmae tem recursos e o prefeito não deixa o Departamento fazer nomeações ou realizar concurso público. Um exemplo é a unidade do Dmae localizada na Rua João Alfredo. Há demanda para 1.000 ligações e religações por dia de água e a equipe reduzida só consegue atender a 10% dos pedidos porque faltam servidores. São contas novas de água e recursos que o Dmae deixa de arrecadar.
“Nós queremos o direito da Lomba de volta, os impostos que os trabalhadores da Lomba pagam em IPTU não são um imposto menor do que o dos outros cidadãos da cidade, tem o mesmo valor, mas o prefeito vira as costas, como se fosse um dinheiro que não vale nada. Vale sim! Tem que respeitar o povo da Lomba! Nós estamos juntos, o Sindicato representa os trabalhadores da Prefeitura, e dizemos para vocês: queremos trabalhar e o Marchezan não deixa, está sucateando o Departamento. Criou um comitê gestor que não deixa os servidores de carreira administrarem o Dmae pro povo. Vai chegar 2020 e o problema vai continuar. O prefeito só sabe falar do projeto da Ponta do Arado, que vai demorar vários anos, e essa não é a única solução, existem medidas que podem ser aplicadas para garantir o abastecimento”, denunciou o diretor geral do Simpa, Jonas Reis.
Presentes na reunião, municipários diretores de escolas localizadas na Lomba do Pinheiro também participaram: “a Lomba do Pinheiro só viu o Marchezan naquele circo que ele armou em 2017, quando ele ainda tinha coragem de dançar o “despacito”. Por isso, pedimos aos vereadores ajuda. Que eles implorem para suas bancadas retirarem apoio ao prefeito Marchezan porque ele quer levar a nossa água”, disse Ângelo Barbosa diretor da EMEF Saint Hilaire.
Para a diretora da EMEF Guerreiro Lima, Tavama Santos, a falta de água e escassez em um bairro traz falta de dignidade humana pra um local de periferia e de povo trabalhador, como é a Lomba do Pinheiro. “A Prefeitura serve para cuidar das pessoas. E qual é o papel deste governo? Descuidar da população com o descaso com aqueles que mais precisam das políticas públicas. Defender a política pública é defender a nossa qualidade de vida”, diz ela.
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