A profunda crise social pela qual o país passa e a resultante necessidade de a população buscar benefícios para sua sobrevivência têm gerado um sensível aumento na procura pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que são a porta de entrada deste tipo de atendimento nos municípios. Com a extinção do Bolsa Família e a aprovação do Auxílio Brasil, esse movimento tem crescido ainda mais, gerando filas e tensões que afligem as servidoras e servidores.
Conforme relatos dos trabalhadores da Fasc, as 22 unidades dos Cras de Porto Alegre têm enfrentado enorme demanda de pessoas desesperadas à procura de qualquer ajuda disponível. No entanto, esse crescimento não foi acompanhado pelo aumento no número de municipários ou na disponibilização de novas estruturas, o que tem resultado em filas, agendamentos para até um mês e muito estresse.
“A situação é caótica e tensa. Temos relatos inclusive de trabalhadores que sofreram ameaças em certos territórios”, explica a diretora do Simpa, Naiara Chaves.
Ela aponta que as dificuldades no atendimento também são reflexo da falta de informações e da impossibilidade de inserir novas pessoas no Cadastro Único por falta de trabalhadores. Além disso, explica que não há possibilidade de os Cras atenderem a demanda da fome na cidade e a concessão de benefícios eventuais é insuficiente para a demanda da cidade. Ela salienta ainda que para além do agravamento da situação social, a falta de trabalhadores e a precarização dos espaços públicos dificultam ainda mais a situação.
Outro ponto problemático está no fato de que as pessoas recorrem aos Cras com uma expectativa irreal. “Elas esperam poder se cadastrar para o Auxílio Brasil, só que as equipes tiveram a informação de que pessoas novas não serão contempladas, não há avaliação para novas concessões de benefícios. Só quem já recebia o Bolsa Família é que vai receber e mesmo assim não serão todas porque mudaram os critérios”, diz Naiara.
Os trabalhadores têm cobrado soluções por parte da gestão.
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