Ato celebra 30 anos da ocupação do Pacs e aniversário do SUS

 

Os 30 anos do SUS e da ocupação do Pronto Atendimento da Vila Cruzeiro foram celebrados nesta sexta-feira, 14 de setembro, data exata em que, no ano de 1988, moradores da comunidade ocuparam o local para exigir melhores condições de atendimento. Naquele mesmo ano, o povo brasileiro ganhava uma nova Constituição, que estabelece a saúde como direito de todos e dever do Estado, criando, assim, o SUS.

 

Hoje, os lutadores que escreveram aquele dia histórico se reuniram no Pacs com as novas gerações para registrar aquele momento e reafirmar que continuam na luta em defesa da saúde pública e de qualidade e contra o desmonte que vem sendo promovido por Marchezan, Sartori e Temer.

 

O ato foi realizado com a participação direta da comunidade e dos servidores do Pacs, com o apoio do Conselho Municipal de Saúde, do Simpa e do Fórum em Defesa da Cidade.

 

Dona Bete Freitas, moradora do bairro há mais de 40 anos, foi uma das principais lideranças da ocupação. Ela explicou que a luta dos moradores era para que fosse retomada a emergência pediátrica, bem como para que houvesse atendimento em clínica geral e traumatologia a fim de atender as necessidades da comunidade.

 

Ela lembra que naquele momento, como não havia o SUS, era preciso pressionar as três esferas de governo: o federal, via INSS (que administrava os serviços de saúde), o estado e o município, o que dificultava o atendimento das reivindicações. “Então, organizamos a ocupação, que durou quase 24 horas”. Dona Bete recorda que foram chamadas as autoridades, imprensa e comunidade para acompanhar o ato, que teve início às 7h da manhã.

 

“A plenária da noite ficou lotada”, explicou. “Ocupamos porque queríamos provar que precisávamos dos serviços”, disse Bete. “Com isso, conseguimos, por exemplo, que fosse reaberta a emergência inclusive para o atendimento geral, pediatria, ortopedia e melhorias no laboratório, a abertura do Coas (Centro de Orientação e Apoio Sorológico), que a Fadergs fosse mantida e o Cais Mental (Centro de Atendimento Integral à Saúde Mental), uma luta antiga da comunidade”.

 

“Tudo o que conseguimos foi à base de muita luta e mobilização, da união dos trabalhadores da saúde lutando com a comunidade. Por isso tivemos tantas conquistas”, enfatizou.

 

Representando o Conselho Municipal de Saúde, a coordenadora Maria Letícia de Oliveira Garcia, assistente social que atua no Pacs há 25 anos, destacou: “Se hoje o CMS é reconhecido nacionalmente em razão de sua luta é porque tem, na sua história, a participação em episódios como este da Vila Cruzeiro”.

 

O Simpa esteve representado, no ato, pelos diretores-gerais Luciane Pereira, Alberto Terres e Jonas Tarcísio Reis e pelo diretor financeiro Adelto Rohr. “Este ato foi uma aula de cidadania para todos nós. A ocupação foi uma das muitas ações que contribuíram para a construção do SUS”, disse Terres. “Nós, que militamos hoje pelo Sistema Único de Saúde, aprendemos muito com vocês e os jovens que estão aqui e que não viveram e não conhecem essa história, certamente aprenderam também a importância daquele ato e da defesa do serviço público”.

 

A celebração contou com a participação de pessoas da comunidade que participaram da ocupação, servidores da saúde e usuários. Também houve a apresentação de banda marcial formadas por jovens da comunidade e apresentações de dança de alunos de escolas locais.

 

 

Veja abaixo dois vídeos sobre a ocupação:

 

 

Tags: PACS, Saúde, SUS

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